Breaking News

Seguradoras estão atentas para cobertura de catástrofes causadas por desastres naturais

Fonte: A Crítica - Amazônia

Mudanças climáticas preocupam empresas de seguros, que temem aumento de desastres naturais

ELAÍZE FARIAS*

As cidades estão cada vez mais vulneráveis a riscos meteorológicos e aos desastres naturais e as empresas de seguro já acenam para a possibilidade de ampliar a cobertura, fazendo ofertas aos governos.

Esta possibilidade foi sinalizada pelo presidente da empresa de seguros Allianz Risk Tranfer Holanda, John Harpel.

Harpel foi um dos palestrantes da sexta edição do Fórum Internacional de Seguros para Jornalistas, realizado pela Allianz Seguros, em São Paulo (SP). O evento contou com a participação de especialistas em mudanças climáticas, em geografia humana e de executivos da Allianz Seguros.

Dados divulgados durante o fórum projetam um aumento nas catástrofes globais expressivas, com intensificação das estações de furacões no mundo.

Embora o Brasil ainda não tenha sido afetado por catástrofes de grande magnitude, os especialistas lembraram que recentemente houve perdas - um exemplo foi a tragédia ocorrida na região serrana do Rio de Janeiro, no início do ano.

“Risco de temperaturas extremas podem afetar, por exemplo, o fornecimento de energia e outros setores e serviços”, lembrou Harpel.

Concessionárias de fornecimento de energia, sem uma boa cobertura, podem deixar a população desassistida, enfatizou o Angelo Colombo, diretor de Grandes Riscos da Allianz Seguros.

Para que mercado de seguros tenha condições de atender à cobertura, a proposta é que haja a “pulverização dos riscos entre seguradoras e resseguradoras”. É o caso dos mecanismos chamados Cat Bonds (títulos vinculados a catástrofes).

Algumas questões ainda sem respostas foram levantadas durante fórum, entre elas estão possíveis aumentos das taxas, a fonte dos pagamentos e os valores que ficariam a cargo do contribuinte.

Cenário

Um desafio que precisará ser melhor observado, futuramente, é de como as populações mais pobres poderão ser atendidas pelas coberturas.

Para este fator, o vice-presidente do Conselho de Administração da Allianz Seguros, Paulo Marraccini, lembrou que os riscos são diferenciados e que são necessárias políticas públicas para atender a população.

Segundo Marraccini, uma alternativa para reduzir os custos seria a massificação das coberturas, difundindo a “cultura do seguro”.

Especialistas

Para atender aos novos cenários mundiais, as empresas de seguro precisam estar preparadas não apenas em termos financeiros, mas municiadas de dados de especialistas em mudanças climáticas.

“A questão mais importante é definir como será o nosso modo de viver daqui para a frente. Como se dará a relação entre a população humana e o meio ambiente”, observou Ricardo Ojima, coordenador do Núcleo de Pesquisas de Redes na área de mudanças climáticas e urbanização da Universidade de Campinas (Unicamp), outro palestrante do fórum.

Ojima destacou que os desastres naturais têm reflexos na economia mundial e podem ultrapassar a esfera local e específica de uma determinada área.

Ele lembrou que a situação de vulnerabilidade da humanidade sempre existiu, mas que agora os desastres poderão ser mais graves do ponto de vista demográfico e do ponto de vista ambiental.

“O mais importante é que haja medidas adaptativas e mudanças de comportamento”, salientou.

Riscos

O panorama climático e meteorológico previsto para os países preocupa as empresas de seguros. Palestrantes apontaram para os riscos de muitas empresas “quebrarem” caso os danos ultrapassem suas condições de manter a cobertura.

“Os riscos estão evoluindo, as catástrofes climáticas estão se tornando mais comuns, mas uma regra básica é que as empresas não podem perder mais de 5% de seus ativos expostos a qualquer perda ou evento”, destacou Arpel.

Manaus

A Allianz Seguros está presente no Brasil há 107 anos, por meio de 60 filiais. Em Manaus, a filial foi inaugurada no último dia 28 de agosto, com cobertura no ramo de imóveis, frota de veículos, residencial e para atender o Pólo Industrial.

A empresa é uma das líderes mundiais em seguros e o maior da Europa, antedendo cerca 75 milhões de clientes em mais de 70 países. Além de oferecer produtos e serviços, a Allianz também se destaca na área de pesquisa de grandes riscos, estudos de sustentabilidade e nos investimentos em fontes renováveis de energia.

* A repórter viajou a São Paulo a convite da Allianz Seguros

Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario