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Seguro de exportação cresce em meio à crise

Fonte: Valor Econômico

O Brasil entra no novo round de turbulências globais com interesse maior das empresas por operações de seguro de crédito, o que pode dar alguma sustentação às exportações num momento de dúvidas sobre o desempenho da economia mundial.

A francesa Coface, líder do segmento no país, com 66% de market share, triplicou o número de apólices fechadas no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2010, considerando seguro contra calote em operações de crédito para exportações e no mercado doméstico.

Multiplicamos por três o número de apólices fechadas. Está satisfatório para nós e acreditamos que vamos continuar com esse ritmo durante o segundo semestre de 2011, disse ao Valor o presidente da seguradora no Brasil, Joel Paillot, ressaltando que a taxa de renovação de apólices alcançou 92,8% de janeiro a junho.

No ano anterior estávamos na faixa de 75%. Com a crise [de 2008] muitas empresas pararam de exportar. Este ano, ao contrário, as empresas quiseram conservar a apólice para se proteger. E temos também novos contratos que entraram em ritmo mais elevado que no ano passado.

A procura parte de setores como o siderúrgico, o automobilístico e o químico, e também de eletrodomésticos, no caso do mercado interno. [O interesse] está relativamente diversificado, informa.

Subsidiária do banco Natixis, a Coface opera no seguro de exportação por meio da Seguradora Brasileira de Crédito à Exportação (SBCE) - que também tem como acionistas o Banco do Brasil e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Nesse segmento, a Coface cresceu 4% em 2011, até abril, mas a queda do dólar teve impacto direto sobre o negócio porque a maioria das apólices é emitida na moeda americana. No seguro de crédito doméstico, o prêmio emitido neste ano aumentou 60% em relação ao mesmo período do ano passado.

Paillot avalia que, hoje, os governos e os mercados em geral estão mais preparados que há três anos, quando a quebra do banco Lehman Brothers tornou-se marco da forte crise de crédito que atingiu o mundo.

Todos se lembram como a crise aconteceu e como se espalhou. Na época ninguém tinha medido a falta de confiança dos mercados. Hoje todos esses atores estão mais preparados, o que falta na Europa é uma organização. Não dá para fazer cada semana uma reunião de presidente, primeiro-ministro, diz.

Do outro lado, nos Estados Unidos, o rebaixamento da dívida americana não é uma surpresa, era uma questão de tempo. Já há muito tempo que todo mundo sabia que a dívida americana era exorbitante.

O executivo lembra que, após a crise de 2008, as empresas brasileiras se apoiaram no mercado doméstico. E, agora, as que optarem pelo exterior vão ter que escolher melhor os clientes.

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