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Swiss Re abrirá resseguradora local no país

Fonte: Valor Econômico

A resseguradora Swiss Re entrou com o pedido de abertura de uma companhia local na Superintendência de Seguros Privados (Susep). O plano é aportar US$ 74 milhões de capital para operar em todas as linhas de resseguros, com uma folga razoável do capital mínimo exigido, de R$ 60 milhões.

A decisão foi tomada pelo conselho de administração do grupo na Suíça no mês passado motivado pelas recentes mudanças no mercado, que estimulam a retenção de riscos no país, o que, consequentemente, exige mais capital das companhias.

"Os planos começaram com a mudança das regras do jogo que limitaram o acesso ao mercado, além das projeções de crescimento econômico do país, que o torna interessante para investimento", diz Rolf Steiner, vice-presidente do escritório de representação da Swiss Re no Brasil.

Com a abertura de uma companhia local, a rivalidade entre as duas gigantes de resseguros no mundo, a Swiss Re e a alemã Munich Re, chega finalmente ao Brasil. Há três anos, quando este mercado foi aberto no Brasil depois de 69 anos de monopólio do IRB, a Munich Re optou por abrir uma resseguradora local e a Swiss Re trouxe duas resseguradoras na forma de companhias admitidas, que exige apenas um depósito de US$ 5 milhões como garantia de suas operações e um escritório de representação.

A diferença entre a resseguradora local e a admitida é o tamanho do risco que elas podem absorver. Desde o começo deste ano, existe uma reserva de mercado de 40% para as companhias locais. Até então, eles tinham apenas prioridade na oferta de negócios. Agora, quem quiser acessar essa fatia de mercado tem que abrir companhia aqui.

Steiner conta que a companhia continuará a atuar nos segmentos em que já opera, mas agora com capacidades maiores. Segundo o executivo, a ideia é fechar uma das companhias admitidas depois que a operação local estiver funcionando. Hoje, a Swiss atua com o resseguro de riscos de engenharia, propriedade, garantia, crédito, transportes, energia, agricultura e vida. Exatamente os mesmos ramos em que a Munich atua no país.

A Swiss Re competirá com outras oito resseguradoras locais, que movimentaram R$ 1,021 bilhão de janeiro a maio deste ano, de acordo com os dados mais recentes da Susep. Em todo o ano de 2010, foram R$ 2,150 bilhões. A entidade não compila o faturamento das companhias admitidas e eventuais. Resseguradora eventual é o terceiro tipo de empresa de resseguro existente no Brasil, cuja exigência é que a companhia seja constituída há mais de cinco anos e tenha patrimônio líquido equivalente a US$ 150 milhões.

O líder do mercado nacional ainda é o IRB, com participação de cerca de 40% dos negócios. A Munich Re ocupa a vice-liderança, com fatia de 20%, seguida por Mapfre Re, J. Malucelli, XL Resseguros e Ace Resseguradora. Vale destacar, porém, que algumas fazem resseguros apenas para as seguradoras do próprio grupo, casos da brasileira J. Malucelli e da americana Ace.

Para competir diretamente com as oito rivais locais, mais as 27 admitidas, a Swiss Re conta com a atuação em todas as linhas de negócios, a especialidade em termos de subscrição de riscos num mercado cada vez mais complexo como brasileiro e a força financeira do grupo no mundo, lista Steiner.

Segundo o executivo, além da capacidade local, a companhia conta com parte da capacidade de US$ 2,7 bilhões de capacidade mundial do grupo. De acordo com as novas regras que passaram a valer em março, as empresas de seguros e resseguros baseadas no país podem ceder até 20% dos riscos para empresas do mesmo grupo no exterior.

Para expandir a operação no Brasil, a companhia está em um ritmo acelerado de contratação de profissionais. "Todos os dias tem gente nova no escritório", conta Steiner. Segundo ele, o quadro de funcionários atual deve dobrar, para 60 pessoas. A companhia local irá funcionar na sede da Swiss Re em São Paulo, na região da Avenida Paulista, onde hoje já operam as companhias admitidas.

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