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A Cardif colhe os frutos

Fonte: IstoÉ Dinheiro

Estratégia da seguradora francesa de mirar em clientes que não têm seguro fez lucro do primeiro semestre crescer 94%
Por Cláudio GRADILONE

O que você faria se sua empresa fosse uma recém-chegada a um mercado competitivo e fechado e sem rede de distribuição? A saída da Cardif, seguradora controlada pelo banco francês BNP Paribas, foi atender quem não era cliente da concorrência. “Miramos em seguros de custo mais baixo e mais simples, que fossem o primeiro produto do segurado”, diz Alexandre Boccia, presidente da Cardif. Entre os produtos lançados, figuram uma apólice para automóveis usados que cobre apenas danos no câmbio e no motor – as principais fontes de gastos no caso dos usados –, além de seguros de garantia estendida e de financiamentos (o chamado prestamista), para a população de menor renda. Outro pilar dessa estratégia foi buscar parcerias com redes varejistas para ajudar na distribuição, como o Magazine Luisa. Graças a essa tática, e à paciência dos controladores franceses, que esperam pelo retorno dos seus investimentos desde 2006, a Cardif comemora bons resultados, com o aumento de 94% nos lucros no primeiro semestre, em relação ao mesmo período de 2010, para R$ 49 milhões.

Alexandre Boccia, presidente: de olho nos clientes que a concorrência não atende

A receitas cresceram 58% nesse período, atingindo R$ 440 milhões. Mais de metade do faturamento vem dos seguros prestamistas, mas Boccia diz que a ideia é ganhar musculatura no segmento automotivo, oferecendo um seguro mais simples e barato. “Desenvolvemos um produto que protege o segurado basicamente contra roubo e cobre 80% do valor de tabela”, diz ele. “Pensamos nessa apólice como a porta de entrada para quem comprou seu primeiro veículo, quer proteger seu patrimônio e não faz questão de serviços adicionais.” Os especialistas afirmam que essa é uma estratégia bem-sucedida, embora não seja nova. “Essas apólices foram muito bem-aceitas pelos consumidores das classes C e D, porque seus custos são relativamente baixos e também porque elas preservam algo a que esses clientes dão muito valor, que é o acesso a serviços públicos e ao crédito”, diz José Rubens Alonso, coordenador da área de seguros da consultoria KPMG.


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