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Gulf reduz participação no capital da Brasil Insurance

Fonte: Valor Econômico

Fundo que levou a holding de corretoras de seguros à bolsa quer diversificar suas aplicações após a operação comandada pelo banco BTG Pactual.

O fundo de investimento em participações Gulf, responsável por levar a Brasil Insurance à bolsa, reduziu de 15,6% para 11,3%, sua participação na holding de corretoras de seguros. A operação foi realizada pelo BTG Pactual na quinta-feira.

Bruno Padilha, presidente da BR Insurance, explica que a venda da fatia de 4,3% do capital faz parte de uma estratégia de diversificar os investimentos do fundo - que até então estavam 100% reunidos na companhia. "Por trás do Gulf, há três pessoas físicas que estavam com seus patrimônios muito concentrados em ações de uma única empresa. Não é recomendável para ninguém", esclarece o executivo, um dos investidores do Gulf que idealizaram a companhia. Os recursos levantados, segundo ele, serão investidos em renda fixa.

Esse tipo de operação, em que o principal acionista diminui a participação na empresa, costuma preocupar os investidores. Foi a primeira vez que o Gulf reduziu sua fatia na BR Insurance desde a oferta pública inicial de ações no ano passado. Segundo Padilha, o fundo tem "lock up" (compromisso de não vender) de cinco anos para as ações que restaram. "Na prática, significa que 45% dos papéis só podem ser vendidos daqui a quatro anos. Pretendemos permanecer na empresa no longo prazo", garante.

A venda das ações foi realizada em um dia turbulento da bolsa (quinta-feira), em que os papéis da BR Insurance fecharam em queda de 5,9% e a bolsa recuou 4,8%. "Poderíamos ter vendido a um preço melhor. Mas a decisão tinha sido tomada cinco dias antes e não quisemos interromper o processo", diz Padilha, ressaltando que boa parte dos papéis foi adquirida por investidores internacionais.

No dia seguinte a operação, as ações da companhia fecharam em alta de 3,1%, para R$ 16,50, enquanto a bolsa se manteve estável.

Segundo o executivo, a alienação visou também dar uma injeção de liquidez nos papéis da holding. "Em média, nossa negociação diária está em R$ 5 milhões. Com a operação, pode subir para até R$ 7 milhões", calcula.

A BR Insurance tem capital pulverizado e a operação não alterou, na prática, a estrutura de controle da companhia. Além da participação do Gulf continuar sendo a maior - seguida pelo Verona BIB Brokers (6,8%) - há um acordo entre acionistas que totalizam uma representação de cerca de 40%.

Na área operacional, o executivo revela que a holding está em fase avançada de negociações com cinco seguradoras do ramo de saúde e vida. A expectativa é que as aquisições totalizem R$ 50 milhões e sejam anunciadas nos próximos 60 dias.

Hoje, a holding agrega 33 corretoras de seguros, 6 a mais do que quando abriu o capital na bolsa. Neste ano, a companhia já gastou R$ 128 milhões com aquisições.

Com recomendação de compra, o BTG Pactual e o HBSC têm preços-alvos em 12 meses de R$ 26,50 e R$ 26,30 para os papéis da companhia, respectivamente. Com posição neutra, o J.P. Morgan aponta R$ 22.

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