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Icatu lança fundo com foco em proteção contra inflação

Fonte Valor Econômico

Carteira aplicará em papéis atrelados ao IPCA com vencimento de até cinco anos, que apresentam menor volatilidade que os títulos mais longos. Por Silvia Rosa, de São Paulo

Os títulos públicos atrelados ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), como as Notas do Tesouro Nacional série B (NTNs-B), têm sido usados pelos gestores de fundos de previdência privada aberta como uma opção de proteção para as aplicações dos clientes contra o aumento da inflação.

Visando oferecer essa vantagem, mas com uma volatilidade menor no longo prazo, a Icatu Seguros lançou um fundo que terá como referencial o índice IMA-B5, que acompanha o desempenho das NTNs-B com prazo de vencimento de até cinco anos. "Esses papéis tendem a apresentar uma volatilidade menor que os títulos com vencimentos mais longos, como em 2045", afirma Sérgio Prates, superintendente da área comercial da Icatu Seguros.

Lançado em julho deste ano, a carteira já captou R$ 8,9 milhões em um mês de distribuição. A taxa de administração é de 1% ao ano e a aplicação mínima é de R$ 30 mil, com contribuição mensal de R$ 500. Os clientes contam com isenção de taxa de carregamento na entrada e a taxa de saída varia de 3% a 1% para resgates nos primeiros três anos.

O retorno das NTNs-B é composto por uma taxa de juros prefixada mais a variação do IPCA. Com a perspectiva de queda da taxa básica no Brasil, após o corte de 0,5 ponto percentual da Selic, no fim de agosto, os títulos com vencimentos mais curtos apresentaram uma queda dos juros. Nos papéis com vencimento em 2012, por exemplo, as taxas caíram de 4,92% no fim do mês passado para 3,79%, o que fez com que esses títulos mais antigos se valorizassem, provocando um impacto positivo para as carteiras compostas por esses papéis quando marcadas a mercado.

O IMA-B5 apresentava alta de 1,47% no mês até o dia 27 e acumulava valorização de 12,93% no ano, para 8,55% do CDI. Desde o lançamento, em julho, o fundo da Icatu acumulava um retorno positivo de 0,48%, e reunia papéis com prazo médio de vencimento de dois anos e meio. "Ainda vemos prêmio nesses papéis em função da queda das taxas e do aumento da pressão inflacionária com a renegociação de salários e a disparada do dólar", diz Prates.

Os analistas já esperam uma inflação acima do teto da meta, de 6,5% para 2011. De acordo com o último Boletim Focus, divulgado no dia 26 de setembro, a mediana das projeções foi revisada de 6,46% para 6,52%, ultrapassando o teto da meta pela primeira vez desde julho de 2008.

No entanto, em função dos passivos (compromissos) serem de longo prazo, a maior parte das carteiras dos fundos de previdência é mais concentrada em papéis com prazos mais longos, superiores a cinco anos. Em setembro, o índice que acompanha a variação desses ativos, o IMA-B5+, apresentava queda de 1,47%, acumulando no ano alta de 7,19%. "Por terem uma volatilidade maior, essas carteiras podem apresentar perda", destaca Prates.

Considerando todas as carteiras, a Icatu Seguros apresentava uma captação líquida de R$ 1,72 bilhão no ano, até agosto, segundo dados da consultoria NetQuant. A seguradora contava no mês passado com um patrimônio líquido de R$ 7,34 bilhões, apresentando um crescimento de 68,7% dos recursos sob gestão em relação ao mesmo período do ano passado.

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