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Os tempos são outros

Fonte; Brasil Econômico

André Camargo, Superintendente de Gestão Estratégica da Brasilprev Seguros e Previdência

Outro dia, revi uns álbuns de família e questionei minha mãe sobre quem eram algumas pessoas nas fotos e quantos anos tinham à época. Identifiquei na resposta uma aparente contradição: se é certo que o tempo passa para todos (e ele voa!), também sua ação, velocidade e intensidade sobre as pessoas parecem diminuir quando comparamos diferentes gerações.

Há algumas décadas, um "senhor" entre 40 e 50 anos de idade não só apresentava fisicamente marcas mais profundas do tempo, como carregava fatos e símbolos que reforçavam a percepção de início de uma nova etapa de vida: proximidade do final da fase laboral, expectativa de vida limitada-por vezes já no papel de patriarca / matriarca da família com filhos e netos - e emocionalmente conectado ao passado.

Hoje, este "jovem" de 40/50 anos em geral apresenta uma aparência nada próxima da nossa referência mental do que é ser idoso (de fato não é!), pois carrega enorme energia e vontade de realizar, com expectativa de vida não menor que 30/35 anos. Muitos têm o desafio de criar e educar filhos pequenos e estão emocionalmente conectados com o presente e com projetos de vida futuros.

Essa profunda mudança em curso na sociedade, por vezes quase invisível por sermos ao mesmo tempo agentes e vítimas do tempo, traz uma importante reflexão: nossas atitudes e decisões são coerentes com a nova realidade? Ou, apesar de termos mudado tanto, nossas mentes ainda estão presas às referências culturais do passado?

A reflexão vale para todos, mas em especial para os jovens que hoje são maioria no Brasil, fato que mudará radicalmente já que, estima-se, em 2050 o país terá 64 milhões de pessoas com mais de 60 anos de idade.

A base de quase 1,4 milhão de clientes da Brasilprev aponta que muitos deles já detectaram isso, pois 64% têm até 40 anos de idade.

Essa transformação impõe às pessoas uma tomada de consciência e mudança de atitude. Afinal, viveremos mais anos em uma etapa madura da vida do que na chamada juventude. Fato novo que traz para todos nós o desafio de planejar esse caminho, aposentando de vez o conceito tradicional de "pendurar a chuteira".

A realidade atual convida a uma vida continuadamente ativa, ainda que exercendo papéis e atividades distintos.

Para isso, não só um bom planejamento financeiro que garanta recursos à frente é fundamental, como também nossa capacidade de pensar e empreender diferentes projetos que nos mantenham ativos e que contribuam com o ambiente e a comunidade.

Nesse sentido, um instrumento como a previdência privada, é o mais apropriado, já que tais iniciativas são geralmente de longo prazo. Porém, é imprescindível ter disciplina e constância na acumulação do dinheiro, bem como entender que diante deste cenário de maior longevidade, "poupar saúde" ao longo da jornada ganha ainda mais relevância para quem quer viver mais e realizar seus projetos - com qualidade de vida.

Não seja apenas refém do tempo. Use-o a seu favor.

Afinal, os tempos são outros.

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