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Empresas temem aumento de custos com crise europeia

Fonte: Valor Econômico

A abertura do mercado aumentou a oferta, mas as companhias se preocupam com a regulação

Por Denise Carvalho

As grandes companhias que operam no país vivem uma situação peculiar. A abertura de mercado ampliou a oferta de seguros e resseguros, mas aumentou a preocupação com os custos para a cobertura de riscos. A explicação está na crise financeira na Europa e na inquietação com as mudanças regulatórias.

O mercado acompanha as discussões entre os governos europeus em crise. As empresas temem um desfecho que possa prejudicar as reservas das operadoras de seguros e resseguros com aplicações na Europa.

Uma eventual redução das reservas forçaria as operadores a reajustar os preços das coberturas de riscos. O efeito mais danoso seria a incapacidade das resseguradoras de cobrir a sinistralidade de contratos já firmados.

"Se a crise afetar as seguradoras com aplicações na Europa, nós também seremos atingidos", diz o executivo Marcos Lima, presidente da Odebrecht Corretora de Seguros (OCS), que cuida dos seguros do grupo Odebrecht.

O que agrava a percepção é o ambiente regulatório. O mercado espera para breve a aprovação, em vários países, de regras de solvência mais severas para o setor segurador, como a alocação mais conservadora dos recursos. Os efeitos nos custos financeiros das coberturas de riscos seriam imediato. "As regras devem mexer com a forma como as seguradoras fazem as previsões", diz Cristiane Alves, presidente da ABGR (Associação Brasileira de Gerência de Riscos).

Outro aditivo são as resoluções para o setor de resseguros. "As novas regras restringem a escolha das empresas e dão mais trabalho para as seguradoras redistribuírem o valor dos resseguros", diz Cristiane.

A DHL, da área de logística, acredita que poderá encarecer a renovação de seguros de propriedade da operação do grupo no país, que cobre ocorrências como incêndios. "O problema é o alto valor, que obriga a colocação do risco em um pool de seguradoras", diz o executivo Guilherme Brochmann, responsável pelo seguro da DHL no Brasil.

Para Eduardo Viegas, superintendente de seguro garantia da Chubb, o mercado de infraestrutura do país vai segurar o interesse das seguradoras e até mesmo os preços. "A capacidade de garantia das seguradoras não foi toda utilizada este ano", diz.

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