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Especialistas estrangeiros alertam sobre efeitos negativos da concorrência no D&O

Fonte: Fenaseg

O aumento no número de seguradoras que atuam no ramo de D&O nos últimos anos – atualmente, dez companhias comercializam o produto - está também acirrando a concorrência na carteira. Por um lado, essa competitição tem beneficiado o consumidor, que passou a dispor coberturas inéditas e sofisticadas.

Mas, por outro, a ampliação de garantias e a queda de preços poderão prejudicar o desempenho do ramo. O alerta foi feito por Matt Kelly, da VK Underwriters, de Miami, Estados Unidos, durante sua participação no I Encontro Internacional Seguros de Linhas Financeiras, realizado na última sexta-feira, dia 4, em São Paulo (SP), pela Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg).

Segundo Matt Kelly, em Miami, muitos resseguradores estão analisando o D&O brasileiro com um olhar crítico. “Eles estão preocupados com a queda de preços e o aumento de coberturas, em virtude da concorrência, que deve se acirrar mais com a previsão de entrada de mais duas ou três empresas nesse mercado”, disse. “Vocês estão numa encruzilhada”, acrescentou. Beatriz Araujo, da Willis, que participou como debatedora no painel sobre novos produtos de financial lines, não concorda que mercado brasileiro esteja “soft”, mas teme pelos efeitos da situação atual. “A regulamentação está aumentando, as coberturas estão mais amplas, os preços caindo e os sinistros pipocando. Precisamos mostrar aos clientes que existem sinistros e que a situação não está tão tranquila”, disse.

Carlos Vairo, da General Re, que atuou como mediador do painel, observou que a situação do D&O brasileiro não é isolada, já que em outros mercados a carteira está passando por certa instabilidade. “A tendência é que o mercado encontre o equilíbrio”, tranquilizou. Tony Pham, da Wortman Insurance, de Houston, Estados Unidos, acredita que ainda falta experiência ao mercado brasileiro de financial lines. “Vocês ainda estão aprendendo a precificar os produtos”, disse. Ele fez questão de elogiar a “sinceridade” dos corretores de seguros do país, que no painel anterior admitiram não conhecer completamente os financial lines. Para Tony Pham, essa postura é positiva.

De acordo com os debatedores estrangeiros, o D&O está enfrentando uma alta sinistralidade no mercado americano, especialmente nas coberturas Side B (que prevê o reembolso às empresas que indenizaram seus administradores) e C (destinado a empresas em reclamações sobre valores mobiliários). Entretanto, segundo eles, a cobertura mais popular, no momento, é a Side A (que protege o patrimônio pessoal dos administradores), em virtude do caso Enron.

Sobre novos produtos, Matt Kelly disse que a maioria já chegou ao Brasil, caso do EPL (que engloba a responsabilidade por práticas trabalhistas indevidas, como assédio moral, discriminação, falha em promoção e treinamento entre outros), e do Crime (que protege contra perdas decorrentes por furtos praticados por empregados, falsificações de dinheiro ou de documentos, fraudes por computador, transferências financeiras etc.). Ele apontou, ainda, duas novas coberturas recém-lançadas no país. A IMI (Investment Management Insurance), destinada aos fundos de investimentos, e a PEP (Private Equity Protector), especializada em fundos de Private Equity.

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