Breaking News

Faltam executivos no Brasil com perfil global

Fonte: Valor Econômico

Empresas no país precisarão desenvolver novos líderes para comandar expansão internacional dos negócios.

Por Vívian Soares, de São Paulo

Identificar e preparar profissionais capazes de comandar a expansão internacional dos negócios é um dos maiores desafios das companhias no Brasil. Embora 75% delas acreditem que desenvolver líderes globais é uma de suas prioridades, a maioria admite que seus talentos estão pouco ou nada preparados para assumir essa responsabilidade.

A conclusão é de uma pesquisa realizada pela consultoria LAB SSJ com 105 gestores de 83 empresas brasileiras e multinacionais de diversos setores. De acordo com Alexandre Santille, sócio-diretor da companhia responsável pelo estudo, essa carência de líderes globais é particularmente notada em grupos nacionais que estão se expandindo para outros países - caso das chamadas 'multilatinas'. Esse movimento, segundo ele, ocorre normalmente via aquisições ou fusões, o que demanda mão de obra especializada e implementação das práticas e da cultura organizacional da matriz em outro país.

"As empresas esperam que seus executivos expatriados sejam capazes de fazer gestão regional, interagindo com culturas diferentes", avalia Santille. Para ele, os programas tradicionais de formação de lideranças não são capazes de atender às necessidades dessas companhias. "O MBA, por exemplo, não desenvolve competências comportamentais importantes. O ideal é mesclar metodologias para ter um treinamento individualizado", diz. A pesquisa mostra que visão estratégica, capacidade de lidar com diferenças culturais e inteligência emocional são as três características consideradas essenciais em líderes globais.

Na Zurich Seguros, companhia suíça que recentemente transferiu seu escritório regional da América Latina de Miami para São Paulo, a crise econômica acelerou os investimentos para formação de líderes globais no país. "As multinacionais vivem um grande desafio na América Latina. A região, que seguia diretrizes da Europa e dos Estados Unidos, hoje define tendências e estratégias", afirma Patrícia Próspero, vice-presidente de RH. Após contratar 250 profissionais no ano passado, aumentando em 50% seu efetivo no Brasil, a companhia iniciou um programa de formação de lideranças para todos os gestores de pessoas. "Em paralelo, estamos reforçando os treinamentos nas áreas técnicas", diz.

O programa de expatriação também faz parte das ações da companhia. "O objetivo é montar times diversos", explica Patrícia. Segundo ela, os brasileiros aprendem a ter foco e disciplina com europeus e americanos, e têm muito a ensinar sobre flexibilidade.

Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario