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Mudanças nas carteiras só no médio prazo

Fonte: Brasil Econômico

Sem alteração drástica do dia para a noite, seguradoras só devem apostar em novos ativos quando seus títulos vencerem e os juros forem mais baixos

Apesar de reivindicarem flexibilização na aplicação das reservas técnicas, a realidade é que as seguradoras só devem começar a diversificar a carteira no médio prazo.O sócio da consultoria Rating de Seguros, Francisco Galiza, explica que as seguradoras tendem a ser conservadoras por conta dos juros elevados no Brasil. "Enquanto eles se mantiverem em níveis altos, não vejo mudança de comportamento das empresas em médio prazo", ressalta. Conforme ele diz, a ampliação da possibilidade de investimento é uma boa opção para as seguradoras. "Os órgãos reguladores talvez estejam preparando o terreno para uma mudança de cenário".

O superintendente de regulação da Confederação Nacional das Empresas de Seguros (CNSeg), Alexandre Leal, concorda que dificilmente uma seguradora vá se desfazer de seus títulos públicos para aplicar nas letras financeiras, recém liberadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), mas que a alternativa será considerada à medida que os títulos de renda fixa forem vencendo. "A participação em letra financeira que hoje é zero vai crescer, mas não vai ser uma demanda explosiva do dia para a noite", conta.

Na Sulamerica Seguros, o vice- presidente Corporativo e de Relações com Investidores, Arthur Farme d'Amoed Neto, pondera que a aprovação pelo CMN em investimento em letras financeiras deve 'contribuir marginalmente para a carteira de R$ 4,7 bilhões da companhia', valor que não considera reservas de previdência.

A Marítima Seguros, que possui R$ 800 milhões em reservas técnicas, detêm a maior parte disso em títulos públicos, com 59,3% do total. "Risco soberano é zero e também é uma garantia em um prazo longo e com boa rentabilidade. Tenho títulos pré e pós-fixados, para mitigar risco da taxa de juro", diz Milton Bellizia, diretor financeiro da seguradora. A carteira da Marítima ainda traz 3% dos recursos em ações, 12% em fundos de investimento e 25% em títulos privados. "Tenho pouca letra financeira, só R$ 4 milhões, porque não valia a pena investir nela sem poder contabilizar como garantia de reserva técnica", afirma. "Agora, com as letras financeiras podendo ser reserva e como a rentabilidade dela é fantástica, vou aumentar a exposição". Bellizia explica que, na Marítima, a exposição a títulos privados não pode ultrapassar 40%.

Acacio Queiroz, presidente da Chubb do Brasil, diz que as seguradoras têm de ser conservadoras com a aplicação das reservas técnicas, com ativos líquidos e pouco voláteis, porque eles é que vão garantir os sinistros do mercado. A empresa aplica todas as suas reservas, de R$ 350 milhões, em títulos públicos atrelados à Selic.

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