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Seguros e Previdência complementar representam 9,2% do setor de serviços no DF

Fonte: Correio Braziliense

Sétima maior economia no Brasil, o Distrito Federal tem PIB por habitante duas vezes maior que o de São Paulo. Principal força na atividade local, o funcionalismo público responde por 60% da massa de salários.

A força do serviço público mantém a capital do país de pé diante de crises internas e externas. A composição do Produto Interno Bruto (PIB) de 2009, divulgada ontem, reforçou a importância do funcionalismo no conjunto de riquezas produzidas no Distrito Federal e confirmou características marcantes do DF, como a elevada renda da população, que tem o maior PIB per capita do país: R$ 50.438 anuais, quase o triplo da média nacional (R$ 16.918) e praticamente o dobro do de São Paulo (R$ 26.202), o segundo da lista.

Com uma indústria ainda muito tímida e a pífia participação da agropecuária na estrutura produtiva, o setor de serviços continua a sustentar a economia local. Nesse campo, a administração pública detinha, em 2009, 60% da massa salarial da capital federal, com rendimento médio mensal de R$ 5 mil, valor quase 150% acima da média do país. O funcionalismo foi a atividade que mais contribuiu para o avanço do PIB, que, naquele ano, ultrapassou o de Santa Catarina e alcançou o sétimo lugar no ranking nacional.

Imune aos impactos negativos da turbulência que atingiu o mundo no fim de 2008, a capital federal apresentou cenário invejável em 2009. O valor corrente do PIB - a soma da renda produzida mais os impostos sobre os produtos - atingiu R$ 131,5 milhões, um avanço de 4% ante o ano anterior, enquanto o país como um todo recuava 0,3%. Além de registrar a quinta maior expansão entre todas as unidades da Federação, o DF aumentou seu peso na economia brasileira para 4,1%, frente aos 3,9% de 2008. No âmbito regional, Brasília se firmou como a economia mais forte do Centro-Oeste, concentrando 42,3% da produção regional de riqueza.

Expansão

Os dados mostram ainda a continuidade da expansão do setor produtivo local. Os serviços, historicamente o carro-chefe no DF, compunham 93% do PIB. O comércio voltou a desacelerar após sete anos de alta: a participação do setor no conjunto de riquezas recuou de 7,5% em 2008 para 6,5% em 2009, devido às incertezas do período e ao freio no consumo motivado pelo acúmulo de dívidas em anos anteriores. "Apesar de sermos uma "ilha", a crise teve reflexo, ainda que psicológico", comentou o presidente do Sistema Fecomércio-DF, Adelmir Santana.

Entre os serviços, chama atenção, claro, a administração pública: ela avançou 1,8 ponto percentual, passando a representar 55,4% do PIB. O volume da renda registrou acréscimo de 3%. "Essa é a marca da capital federal, o funcionalismo é quem proporciona a constância da nossa economia", disse, durante a apresentação dos dados, a coordenadora de contas regionais da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), Sandra Regina Andrade Silva. A administração, a saúde e a educação públicas da capital do país corresponderam a 14,1% da atividade em todo o Brasil.

A indústria, mais suscetível a turbulências, não balançou em 2009 no DF, justamente por ser pouco expressiva na capital. Com uma variação positiva de 0,4%, puxada pela construção civil, o volume de produção do setor significou 6,6% do PIB local. "O resultado só não foi pior por causa de programas como o Minha Casa, Minha Vida", observou o presidente da Federação das Indústrias do DF (Fibra), Antônio Rocha. As obras responderam por 59% do valor agregado da indústria. Os segmentos de alimentos, bebidas, cimento e indústrias gráficas não tiveram bom desempenho.

Economistas da Codeplan, órgão responsável pela compilação dos dados do PIB no DF, acreditam que os números de 2010 e 2011 devem montar um ranking em que a capital do país voltará à oitava posição, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia e Santa Catarina. Projeções em andamento já indicam isso, uma vez que a indústria começa a se recuperar, deixando, assim, o DF para trás. Estudos preliminares também apontam que o PIB local, salvo alguma surpresa, continuará avançando ao redor de 4% ao ano.

Produção agrícola em alta

Ainda que se mantenha com participação incipiente na economia do DF, até pelas limitações físicas, o PIB da agropecuária avançou 65,2% em 2009, principalmente com a expansão da produção de milho, feijão e soja. No comércio, a venda de carros novos, impulsionada pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), e o frenético consumo dos brasilienses em hipermercados impediram desempenho pior.

Finanças crescem

O peso do segmento de intermediação financeira, seguros e previdência complementar no setor de serviços alcançou 9,3%. A participação só foi menor que o da administração pública. Em volume, o crescimento atingiu expressivos 15,2%, o que se explica pelas medidas adotadas pelo governo naquele ano, como a redução da taxa básica de juros.

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