Breaking News

Seguros: Idade da frota brasileira eleva o risco

Fonte: Valor Econômico

Segue baixo o número de veículos segurados no país. A frota circulante está em torno de 60 milhões de automóveis, dos quais apenas 13,5 milhões estão no seguro, o equivalente a 22,5%. A proporção aumenta para 30% se considerada a frota "segurável", aquela que atende requisitos básicos para ter o risco coberto pelas seguradoras.

O principal motivo para o baixo número é a elevada idade da frota. O custo do seguro de um carro velho é muito maior se comparado ao seu valor venal. Apesar de as vendas de automóveis terem experimentado forte expansão, o seguro não acompanhou o movimento.

Carlos Alberto Trindade Filho, vice-presidente de Automóvel e Ramos Elementares da SulAmérica, afirma que dos veículos produzidos nos últimos cinco anos, 67% estão no seguro. Os 33% de carros novos fora do seguro correspondem, segundo ele, às pessoas de baixa renda que compraram carros novos financiados.

Marco Antonio Gonçalves, diretor da Bradesco Auto/RE, reforça que a chamada "nova classe C" não consegue comprar o seguro porque o financiamento do veículo já consome boa parte da renda. "O que temos que fazer é dilatar a forma de pagamento". A Bradesco está dividindo o seguro em até 12 vezes, que é o máximo de parcelamento possível.

Em termos de faturamento, calcula-se que o mercado vai encerrar 2011 com crescimento de 6,5% a 7%, acima da economia do país, que deve crescer entre 3,5% e 4%. Porém abaixo das estimativas feitas no fim do ano passado, que se situavam entre 10% e 11%.

Gonçalves explica que o faturamento das seguradoras de automóveis esteve pressionado por uma queda dos preços das coberturas. "Os preços estão achatados pela concorrência", comenta.

Mercado restrito e fortemente concorrido tem levado as seguradoras a investir cada vez mais em conveniência e benefícios diferenciados, uma vez que risco e assistência 24 horas já viraram padrão. Entre as maiores do setor, Porto Seguro, Bradesco e SulAmérica estão investindo em ampliação da rede de centros automotivos, parcelando o seguro em até dez ou doze vezes e buscando soluções criativas, tanto para agradar e manter a fidelidade dos clientes como para buscar novos. Entre as médias, a Zurich lançou um seguro de automóveis com cobertura para desemprego que quita as parcelas restantes do se o cliente ficar desempregado na vigência do contrato.

Líder de mercado com mais de quatro milhões de automóveis segurados, (somando com a frota da Itaú e da Azul Seguros), a Porto Seguro está apostando em educação e orientação aos motoristas, com cursos e palestras gratuitas que têm atraído centenas de clientes, afirma Marcelo Sebastião, diretor de Auto da Porto.

O curso de mecânica para mulheres é o grande "hit", reunindo quase 200 mulheres no auditório da empresa no centro de São Paulo todos os meses. A Porto registrou um crescimento de 7,5% em faturamento e 13% da frota segurada nos primeiros nove meses de 2011 comparado ao mesmo período de 2010.

A Bradesco Seguros tem apostado em "conveniência", diz Gonçalves. Isso significou aumentar o número de centros automotivos (BAC) e disseminar o uso de meios eletrônicos para a comunicação com os clientes, tanto na contratação do seguro quanto no aviso de sinistro, valendo qualquer meio, do já tradicional e-mail ao tablet e smartphone. Para isso, a seguradora contratou três corretoras especializadas em captar negócios via internet - Sossego, Economize e Smartia.

A SulAmérica abriu mais quatro centros automotivos este ano e deve encerrar 2011 com 35 unidades operando ao ritmo de 36 mil atendimentos a sinistros ao ano. Também criou produtos especialmente desenhados para grupos de clientes como o seguro por quilômetro rodado para caminhoneiros e benefícios especiais para mulheres, como o motorista para buscar as crianças na escola se a cliente não puder.

"Apostamos em produtos com inovação, benefícios específicos para públicos distintos", diz Trindade Filho. A SulAmérica, que tem 1,5 milhão de veículos segurados, registrou a entrada de 200 mil carros segurados este ano e um crescimento de 7,4% em prêmios nos primeiros nove meses de 2011 comparado ao mesmo período de 2010.

Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario