Breaking News

Austral recebe capital para expandir linhas de seguros

Fonte: Valor Econômico

Thais Folego Felipe Maeques

Em um ano em que os negócios em seguro garantia foram bons, mas frustraram as elevadas expectativas das seguradoras, a novata Austral conseguiu angariar participação de 6% no segmento. Para ganhar ainda mais espaço e entrar em novos segmentos ligados a infraestrutura (como energia), o sócio da seguradora, a gestora de recursos Vinci Partners, aportou mais R$ 15 milhões no negócio, aumentando para R$ 40 milhões o capital da seguradora.

Com isso, conseguimos aumentar a capacidade de retenção de risco, diz Carlos Frederico Ferreira, diretor-executivo da Austral Seguradora. Pelas regras de solvência do mercado de seguros, uma companhia pode reter o equivalente a até 3% do valor de seus ativos líquidos. Dessa forma, a Austral pode reter até R$ 1,2 milhão em cada operação. Somada à capacidade de R$ 6 milhões da resseguradora da Austral, o grupo tem um potencial total de retenção de até R$ 7,2 milhões por risco.

Apesar de os negócios não terem parado, 2011 foi um ano com menos obras públicas do que o projetado. Carlos Frederico lembra que o governo postergou as licitações dos aeroportos e a construção do trem bala; a Agência Nacional do Petróleo (ANP) não fez leilões; e os escândalos no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) seguraram os negócios em rodovias. Do lado da iniciativa privada, a crise europeia retraiu os investimentos.

Até outubro, a Austral faturou R$ 65 milhões em prêmios de seguros. Destes, R$ 42 milhões vieram de garantia e R$ 23 milhões de riscos de engenharia. Projetamos fechar o ano com R$ 75 milhões em prêmios, diz Carlos Frederico. Com esse resultado, a companhia se posiciona na quinta posição do ranking, atrás de J.Malucelli, Fator, UBF e Cesce.

Segundo os últimos dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), o segmento de garantia faturou R$ 468,6 milhões de janeiro a julho de 2011, crescimento de 23,3% em relação a igual período do ano passado. O fraco desempenho do segmento no segundo semestre, porém, deve reduzir esse percentual.

Com a grande expectativa do mercado com relação às obras de infraestrutura que estavam previstas para este ano, o número de seguradoras atuantes em garantia subiu de cerca de cinco para 20. A maior concorrência e capacidade das 'novas' empresas fez com que as taxas caíssem, diz Felipe Moura, presidente de seguros da corretora Colemont. A queda vista nas taxas foram da ordem de 10% a 15%, segundo Cristina Tseimatzidis, vice-presidente de garantia da corretora Marsh.

A Austral não cedeu à guerra de taxas, garante Carlos Frederico. O mercado perdeu o referencial de precificação de risco, jogando as taxas para baixo.

Para ganhar volume, a Austral optou por focar nos grandes projetos que saíram neste ano. A seguradora participou do programa de seguros da hidrelétrica de Belo Monte, leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de eólicas e termelétricas e a cadeia de fornecedores da Petrobras.

Para manter um crescimento sustentado, no entanto, a Austral também tem buscado negócios com empresas de médio porte que têm potencial para se tornar grandes nos próximos anos. É o caso, segundo Carlos Frederico, do setor de construção naval. É um mercado que praticamente não existia e que agora tem grande demanda, diz. Tem empresas que faturaram R$ 20 milhões neste ano e vão para R$ 40 milhões ano que vem.

Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario