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Visão de longo prazo garante futuro tranquilo

Fonte: Valor Econômico

Os fundos de previdência complementar não podem ficar de fora de uma estratégia de diversificação de investimento, e o 13º salário é um bom motivo para iniciar um, ou reforçar o já existente. O brasileiro parece ter-se conscientizado da necessidade de construir, desde sempre, um complemento de renda para quando se aposentar. Não pode depender da Previdência Social.

Tanto é que o crescimento desse tipo de fundo é impressionante. Até agosto, segundo dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), a arrecadação superou em 21,9% a realizada em igual período do ano passado. Foi a maior evolução dos últimos três anos. Pelas estatísticas da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), houve uma entrada líquida de R$ 20,7 bilhões nos planos abertos de previdência no acumulado até novembro. Têm patrimônio líquido de R$ 224,26 bilhões, o quarto maior da indústria, praticamente encostado no PL dos fundos DI (R$ 230,54 bilhões). O melhor momento para aplicar no fundo de previdência foi ontem. Como ontem já passou, entre agora, diz o educador financeiro Álvaro Modernell.

A urgência invocada pelo especialista decorre do fato de que o tempo de permanência num PGBL ou VGBL é fundamental para o investidor obter todas as vantagens prometidas pelo governo - que tem nos fundos um vigoroso ajudante na divisão do farto do pagamento das aposentadorias - e pelos gestores. O horizonte de aplicações em previdência privada é largo, entre 20 e 30 anos, por isso quanto mais cedo for iniciada a caminhada mais suave será. Para Modernell, 30% da renda disponível para investimento deveriam ser coercitivamente direcionados para os planos privados.

Os planos complementares não devem ser encarados como uma aplicação financeira como tantas outras. Ao contrário dos fundos normais, oferecem incentivos fiscais, soluções e serviços visando a aposentadoria. Os outros fundos têm por alvo satisfazer o cliente no tripé clássico de rentabilidade, liquidez e segurança. Os previdenciários não primam nem por rentabilidade (pelo menos de curto e médio prazo), nem por liquidez. E são mais caros que os fundos de renda fixa, DI, multimercado, ações ou cambiais, pois além de uma taxa de administração cobrada para a gestão da carteira - um custo que pode chegar a 3% ao ano -, exigem uma taxa de carregamento no momento em que é feito o aporte de recursos. Essa taxa, às vezes do mesmo tamanho da de administração, cobre o serviço de planejamento financeiro e tributário de longo prazo.

A escolha do melhor plano requer alguns cuidados. A regra básica é de que a pessoa que declara Imposto de Renda pelo formulário completo deve optar pelo PGBL até o limite de abatimento de 12%. A melhor alternativa para quem declara pelo formulário simples é o VGBL. Mas os fundos não são mutuamente excludentes. São, na verdade, complementares. O contribuinte que, por exemplo, declara uma renda anual de R$ 100 mil, poderá abater R$ 12 mil de sua base de cálculo para fins de aplicação em um PGBL, depois do que a alíquota de 27,5% irá incidir sobre R$ 88 mil. Mas se o investidor, para seus objetivos, considerar pouco aqueles R$ 12 mil poderá investir um adicional que julgar conveniente num VGBL. Depois disso, ele escolherá o regime de tributação de cada fundo, se progressivo ou regressivo. O imposto irá recair apenas quando o dinheiro for sacado. Não há uma norma básica quanto ao melhor momento do resgate. Pode, dependendo do caso, ser mais vantajoso tirar toda aplicação de uma vez ou realizar pequenas retiradas mensais.

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