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Brasilprev troca título público por letra financeira

Fonte: Brasil Econômico

O braço de previdência privada do Banco do Brasil (BB) já aplicou R$ 500 milhões nos papéis de crédito privado

Vanessa Correia

A Brasilprev está diversificando seu portfólio de investimentos. O braço de previdência privada do Banco do Brasil (BB) aplicou R$ 500 milhões em letras financeiras, títulos de crédito privados emitidos por instituições financeiras. "Com a queda dos juros, temos procurado ativos mais rentáveis", afirma Márcio Matos, superintendente de investimentos da Brasilprev.

Em outubro, o Conselho Monetário Nacional (CMN) permitiu às empresas de previdência, assim como às seguradoras e resseguradoras, incluírem letras financeiras em seu portfólio de investimentos até o limite de 80% da carteira. "O percentual foi igualado ao que já era permitido aos Certificados de Depósitos Bancários (CDBs). O risco de ambos os instrumentos é similar, mas as letras financeiras têm prazos mais longos e remuneração mais alta quando comparado aos CDBs", destaca.

A companhia faz parte de um grupo crescente de investidores que apostam no instrumento como opção de diversificação. Prova disso é avanço do estoque de letras financeiras na Cetip: R$ 140 bilhões - somente na última semana, houve o registro de cerca de R$ 7,3 bilhões desses ativos. Apenas para efeitos de comparação, em janeiro deste ano, o estoque somava aproximadamente R$ 40 bilhões.

As letras financeiras podem ser emitidas de forma privada, ou seja, voltada para um grupo específico de investidores, ou de forma pública. "Até agora, só compramos letras em emissões privadas", lembra Matos.

Considerando os ativos dos planos VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) e PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) da Brasilprev, aproximadamente R$ 40 bilhões, 95% está alocado em renda fixa, sendo 75% em títulos públicos e 25% em títulos de crédito privado, este último concentrado em dois blocos: CDBs e debêntures. "Estamos avaliando as oportunidades em debêntures, haja visto o aumento do número de emissões nos últimos meses. Esse é um dos motivos pelos quais não voltamos nossa artilharia às letras financeiras", completa Matos.

Outro ativo no radar da Brasilprev é o Certificado de Recebível Imobiliário (CRI). "Entretanto o volume em carteira é marginal", pondera o executivo.

Segmentos em destaque

A Brasilprev deve encerrar o ano com recorde de R$ 50 bilhões em ativos sob gestão, volume35% maior quando comparado a igual período do ano passado. No ano, até setembro, a empresa arrecadou R$ 8,19 bilhões com a venda de planos PGBL e VGBL, expansão de 35,4% ante o acumulado de 2010.

Os bons resultados obtidos no segmento empresarial contribuíram para o movimento. Entre janeiro e setembro de 2011, a Brasilprev apresentou avanço de 18,6% em reservas nos planos empresariais, enquanto o mercado de previdência privada evoluiu 17,9% no mesmo período de comparação. "O segmento empresarial ainda está bastante concentrado em médias e grandes empresas. Há um enorme espaço para crescer, principalmente entre pequenas empresas", ressalta Sérgio Rosa, presidente da companhia.

Das empresas que contrataram planos instituídos, ou seja, que também fazem aportes aos funcionários com a BrasilPrev, 57% são classificadas como grandes corporações (com faturamento anual superior a R$ 600 milhões) e 43% como médias empresas (com faturamento anual que varia de R$ 25 milhões a R$ 599 milhões).

Para o ano que vem, a expectativa de Rosa é manter o ritmo de crescimento verificado em 2011. "Isso se o cenário de aumento da massa salarial, taxa de desemprego inferior a 7% e crescimento econômico voltar a se repetir no ano que vem", completa o presidente da Brasilprev.

LETRA FINANCEIRA

R$ 500 mi foi quanto a Brasilprev alocou seu portfólio nestes títulos de crédito privado. A empresa estuda investir também em debêntures e Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI).

RECORDE

R$ 50 bi este é o total de recursos sob gestão que a Brasilprev deve encerrar o ano, volume considerado histórico e que representa um crescimento de 35% em relação a 2010.

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