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Itaú Seguros vai enfrentar BB no campo

Fonte: Brasil Econômico

Seguradora do Itaú pretende oferecer em 2012 apólice para produtores agrícolas, começando com clientes do próprio banco

Flávia Furlan

A disputa das seguradoras nos campos brasileiros vai começar a esquentar no ano que vem. O Itaú se prepara para operar com seguro agrícola no segundo semestre de 2012, onde enfrentará a concorrência do Banco do Brasil, nome mais tradicional neste segmento e que firmou parceria estratégica neste ano com a Mapfre, ampliando a carteira na modalidade.

O diretor de soluções corporativas de seguros do Itaú, Antonio Trindade, conta que incomoda o fato de a seguradora fazer parte de uma instituição financeira grande e não oferecer seguro agrícola. "Posso trabalhar, em um primeiro momento, com uma expertise internacional e com clientes do próprio banco", diz.

A ideia do Itaú é fornecer apólices separadas para itens como equipamentos, armazenamento e transporte de safra e garantia de preço mínimo. "A estratégia vai ser atingir pequenos e médios agricultores, por meio de aproximação com as cooperativas do setor", ressalta.

Segundo o diretor técnico de seguros rurais do Grupo BB Mapfre, Glaucio Toyama, a carteira agrícola do grupo deve fechar este ano com R$ 300 milhões em prêmios emitidos, a mesma performance de 2010 e a maior do mercado.

Luiz Carlos Meleiro, superintendente de agronegócios da Allianz - que deve fechar o ano com R$ 26 milhões em prêmios emitidos, crescimento de 15% frente a 2010 -, diz que há espaço para novos concorrentes.

Hoje, poucas seguradoras atuam com seguro agrícola, sendo elas a própria Allianz, BB e Mapfre, Nobre, Porto Seguro e UBF. "A atração de mais seguradoras é um dos objetivos do Ministério da Agricultura", diz.

As empresas interessadas devem estar adimplentes, ter produtos aprovados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) e ter conhecimento sobre a área. O executivo diz que a falta de concorrência se dá pelo fato de o seguro agrícola ser uma modalidade que não proporciona um retorno rápido, forçando as empresas a basearem seus resultados na aplicação de reservas técnicas, e não com a própria venda de apólices.

O seguro agrícola cobre riscos causados por adversidades climáticas, permitindo ao cliente recuperar o capital investido em sua lavoura em caso de dano.

O governo brasileiro possui um programa que reduz em até 70% o preço da apólice para pequenos e médios produtores, subsídio que as seguradoras reivindicam que seja de R$ 800 milhões no próximo ano. Em 2010, foi de R$ 270 milhões.

Mesmo com este incentivo, retomado em 2005, o seguro ainda não deslanchou no Brasil.

Dados da Susep mostram que, de janeiro a julho deste ano, foram emitidos R$ 91,7 milhões em prêmios - considerando apólices com e sem garantia do Fundo de Estabilidade de Seguro Rural (FESR), que cobre os sinistros. Mas é no segundo semestre que o seguro costuma ter maior demanda, por conta da renovação de apólices de grandes culturas como a soja. Neste período de 2010, os prêmios emitidos estavam em R$ 358,9 milhões. O volume ainda é baixo se considerada a dimensão do Brasil. Estimativas do Ministério da Agricultura revelam que apenas 8% da área plantada brasileira têm seguros e o governo quer atingir o nível de 35% em 2016.

Mas as perspectivas para a modalidade são positivas por conta da extinção do FESR , existente desde 1950, para a criação de um Fundo de Catástrofe, que está em fase de regulamentação, com previsão para 2012. "Hoje o fundo é retroalimentado pelas seguradoras, em função dos prêmios emitidos e, se houver catástrofe, provavelmente ele fica descoberto", explica Meleiro. No novo fundo, o governo vai entrar com R$ 2 bilhões, sendo que as seguradoras continuam a alimentá- lo, e ao longo de dois ano, o governo colocará mais R$ 2 bilhões.

A entrada do novo concorrente e a possibilidade de finalização da regulamentação do fundo prometem dar mais fôlego à modalidade a partir de 2012.

BB E MAPFRE
Carteira agrícola do grupo segurador deve chegar neste ano a R$300mi

ALLIANZ
Carteira agrícola da seguradora deve chegar neste ano a R$26mi

ITAÚ SEGUROS
Seguradora do banco tem uma carteira total de seguros corporativos de R$ 1,1 bi

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