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Força-tarefa para atender afetados pela seca no Sul

Fonte: Valor Econômico

O Grupo Segurador Banco do Brasil e Mapfre, que começou a operar em 2011, após a união das duas companhias, enfrenta o primeiro grande desafio no campo. Com a seca no Sul do país, criou um esquema para atender aos produtores que fizeram seguro agrícola. Deslocou parte da equipe para áreas atingidas e, em um único dia, chegou a receber a comunicação de 220 sinistros. A importância segurada para os casos de perdas soma R$ 180 milhões, sendo R$ 145 milhões no Paraná, que concentra 67% das apólices da região.

Ontem, a Secretaria da Agricultura do Paraná revisou para cima as perdas provocadas pela seca. Até agora, a falta de chuvas resultou em redução de 18% na produção de grãos, ou 3,95 milhões de toneladas a menos que os 22,2 milhões previstos. Os prejuízos aos produtores estão estimados em R$ 2,48 bilhões. A produção de soja deve cair 17,3%, para 11,67 milhões de toneladas, o que vai gerar perdas de cerca de R$ 1,76 bilhão.

No caso do milho, em vez de 7,47 milhões de toneladas, serão colhidas 6,05 milhões de toneladas e o prejuízo será de R$ 556,8 milhões. De feijão, a produção esperada era de 430,6 mil toneladas, mas a quebra foi de 20%, com prejuízo de R$ 161,76 milhões.

Luis Carlos Guedes Pinto, diretor de operações rurais do BBMapfre, disse que a grande seca do milênio ocorreu na safra 2004/05, época em que foi implantado o plano federal de subvenção ao seguro agrícola. No período 2008/09, a estiagem também provocou prejuízos. Segundo ele, juntas, as duas seguradoras respondem por 60% das operações do segmento e, até agora, o grupo contabiliza 2.986 sinistros no Paraná, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, sendo 90% referentes a estiagem - há também casos de granizo, incêndio e outros. O Paraná lidera as contratações: 11,5 mil das 17 mil apólices da região.

O seguro agrícola em questão não é o mesmo que o Proagro, que cobre perdas de agricultores familiares que financiam o plantio. É aquele que o produtor de maior porte contrata por conta própria para proteger-se de riscos e que tem subvenção do governo federal. Segundo Guedes Pinto, historicamente a indenização chega a 45% do valor segurado - o teto é 70%.

A equipe deslocada para o Sul para avaliar e levantar os prejuízos dos produtores tem 150 pessoas, e a média diária de sinistros, que estava em 180 na primeira quinzena de janeiro, caiu para 80 nos últimos dias. A BBMapfre informou que, na central de atendimento, a equipe encarregada de receber ligações dos produtores foi ampliada e as perícias técnicas preliminares foram priorizadas: estão sendo realizadas em até sete dias após o aviso. Guedes Pinto disse que ainda não dá para estimar o valor de indenizações, porque as lavouras estão em diferentes estágios de desenvolvimento e a seca afetou com intensidade distinta cada região.

Otmar Hubner, diretor do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura do Paraná, acredita que serão feitos pequenos ajustes no levantamento de perdas. Para mais ou para menos, comentou. Choveu em todo o Estado e agora há pouco déficit hídrico. A estiagem começou em novembro e continuou em dezembro. No começo de janeiro, os prejuízos eram estimados em R$ 1,5 bilhão. De acordo com o Deral, as chuvas recentes devem favorecer o plantio de feijão e de milho da segunda safra. Voltou a chover com mais intensidade a partir do dia 12, o que favoreceu lavouras nas primeiras fases de desenvolvimento. Mas já era tarde para as mais adiantadas.

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