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Naufrágio na Itália pode causar pior prejuízo de seguros da história marítima

Fonte: Último Segundo - IG


De acordo com analista, tragédia com 11 mortes deve fazer com que companhias tenham perdas entre R$ 885,75 milhões e R$ 1,773 bilhão

O navio naufragado Costa Concordia poderia causar o maior prejuízo de seguro na história marítima, disseram analistas e especialistas da indústria, com alguns sugerindo que seguradoras e sociedades mútuas podem terminar tendo de arcar com US$ 1 bilhão (R$ 1,773 bilhão) em perdas.

A embarcação luxuosa com mais de 4 mil passageiros e tripulantes naufragou na noite de sexta-feira perto da ilha de Giglio, na costa italiana, após se chocar com uma rocha, deixando ao menos 11 mortos. O número aumentou depois de mais cinco corpos terem sido encontrados em embarcação nesta terça-feira. Antes dessa contagem, havia 29 desaparecidos. O acidente teria sido causado pela decisão do capitão Francesco Schettino de homenagear colegas aproximando a embarcação da ilha, onde bateu.

A analista Joy Ferneyhough, no Banco Espirito Santo em Londres, disse que alegações de ferimentos e de responsabilidade poderiam pressionar os custos para as companhias de seguro para até US$ 1 bilhão, tornando esse desastre o de maior prejuízo a ser absorvido pela indústria. "Comentários iniciais de várias empresas sugerem que as perdas provavelmente ficarão entre US$ 500 milhões (R$ 885,75 milhões) e 1 bilhão", escreveu em uma nota na segunda-feira.

No complexo mundo do seguro marítimo, haverá duas questões para lidar: o conjunto das companhias de navios de cruzeiro que fazem o seguro umas das outras por ferimentos em pessoas, naufrágios e danos ambientais; e o consórcio de seguradores que garante a própria embarcação.

O navio está assegurado por 405 milhões de euros (R$ 917,5 milhões) por seguradoras que incluem XL, RSA e Generali, disseram fontes da indústria. Um porta-voz da RSA disse que a exposição da companhia ao desastre era inferior a 10 milhões de euros, enquanto um representante da Generali disse que o impacto sobre a companhia seria menor.

Mais de 70 passageiros do Costa Concordia apresentaram uma denúncia coletiva contra a companhia Costa Cruzeiros, dona do navio, informou nesta terça-feira a associação italiana de defesa do consumidor. "Trata-se de uma ação coletiva promovida pela Codacons", explicou Carlo Rienzi, presidente e fundador do órgão em comunicado.

A denúncia coletiva foi apresentada perante o Tribunal de Gênova, sede da companhia na Itália. Por meio da ação, que deve ser admitida pelos juízes, os passageiros que sobreviveram ao naufrágio pedem uma "indenização pelos danos materiais e morais" ocasionados. "A entidade solicida ao menos 10 mil euros" por passageiros, que perderam seus bens, documentos, dinheiro, roupas e computadores.

Se a denúncia for aceita, todos os passageiros e tripulantes poderão aderir a denúncia. "Têm 120 dias para decidir", informou a nota. A companhia pode optar por um acordo "extrajudicial" com os passageiros, para evitar um longo juramento.

A equipe da XL no mercado de seguros da Lloyd's of London tem trabalhado na tragédia desde o fim de semana, mas ainda não atingiu quaisquer conclusões precisas sobre questões de custo e responsabilidade, de acordo com uma pessoa próxima à questão. A companhia evitou fazer comentários sobre o assunto.

O período em que o desastre aconteceu é particularmente difícil para a XL, já que ela anunciou há pouco mais de uma semana prejuízos de até US$ 220 milhões em 2011. A alemã Allianz confirmou que também estava envolvida como uma seguradora para o navio, afirmando que nenhuma resolução sobre a questão seria rápida.

"Normalmente leva meses e, no caso de alegações de responsabilidade, provavelmente anos de investigação para fechar completamente os casos marítimos", disse a companhia em um email.

Também na segunda-feira, a empresa Carnival Corp., dona do Costa Concordia, disse que deve ter um prejuízo em torno de US$ 90 milhões só pela não utilização da embarcação nos próximos meses. A Carnival Corp. é a empresa controladora da Costa Cruzeiros.

"Para o ano fiscal que termina em 30 de novembro, o impacto para os lucros de 2012 em decorrência da perda do uso é previsto em aproximadamente US$ 85 milhões a US$ 95 milhões", disse a empresa em comunicado. A empresa disse que o seguro da embarcação deve cobrir cerca de US$ 30 milhões.

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