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Perdas com catástrofes e o risco do Brasil com medidas protecionistas no resseguro

Bruzelas, Hamilton, Bermuda, Londres e Washngton, Janeiro de 2012 - Uma coalizão de grupos comerciais de resseguro aponta o valor recorde em perdas com catástrofes naturais em 2011 como um sinal de alerta a respeito das medidas protecionistas na regulamentação do resseguro nas jurisdições que tentam impor limites à distribuição do risco globall.

Em 2011, mais de 105 bilhões de dólares em perdas seguradas foram decorrentes de catástrofes de furacões, terremotos, inundações, incêndio florestal e de outros desastres naturais. Quase 45% dessas perdas serão pagas pelas resseguradoras globais, quase todas não estão  localizadas na jurisdição em que ocorreu o evento. O resseguro é o seguro das companhias de seguros e é uma forma de diversificar e distribuir globalmente perdas. A regulação protecionista de resseguros do Brasil, em contraste, forçaria os resseguradores domésticos a pagar as perdas recordes com menos assistência dos mercados de resseguro internacional.

"A participação das resseguradoras nas perdas de 2011 foram muito elevadas, inundações e tempestades na Austrália, terremotos na Nova Zelândia e Japão, inundações na Tailândia, estavam muito fortemente ressegurados. Quanto maior a perda, geralmente a maior parte das indenizações são do mercado ressegurador. A participação das resseguradoras nas perdas variou de 40% para 73%. No terremoto do Chile, que ocorreu em 2010, os resseguradores tinham uma participação de 95% ", observou Brad Kading, Presidente da Associação de Seguradoras e Resseguradoras de Bermudas (ABIR). "Apesar das perdas as  resseguradoras estão financeiramente fortes, e a capacidade em pagar reivindicações de grandes perdas é excelente."

"Notavelmente, os resseguradores dessas perdas não eram sediados na jurisdição onde ocorreu o evento. As perdas foram exportadas para resseguradores "estrangeiros" por reivindicação das seguradoras da economia do local onde ocorreu o evento. O impacto disso é acelerar a recuperação da economia afetada por um desastre, já que a perda não é suportado pelo negócios em grande parte da comunidade local. O valor da participação dax resseguradoras não-domésticas nas perdas variou de 90 a 100% ", observou Michaela Koller, director-geral da CEA, Federação Européia de Seguro e Resseguro.

"Os regulamentos protecionistas do Brasil  no resseguro, adotados em 2011, restringem o grau em que  as resseguradoras não-brasileiras podem compartilhar as perdas do mercado local; Portanto, as perdas não são distribuídas globalmente em caso de eventos que causem grandes perdas. De acordo com as regras brasileiras, 40% de todos os riscos. devem ser lressegurados no Brasil por resseguradores locais. As seguradoras locais com controladores estrangeiros , são proibidas de ceder mais de 20% das suas perdas para o pais estrangeiros. O impacto das regras obriga que perdas em mega eventos ocorridos no Btasil tenham que ser absorvidos dentro da economia brasileira, o que significa que o Brasil não receberia o impulso econômico para recuperações do mercado de resseguro que foram recebidas em 2011 na Austrália, Nova Zelândia, Japão e Tailândia, e em 2010 no Chile ", afirmou Frank Nutter, Presidente, Reinsurance Association of America.

"Enquanto o Brasil não é conhecido por ser exposto a terremotos ou furacões, está exposto a perdas catastróficas nas colheitas, enchentes e catástrofes que poderiam ocorrer às instalações de produção de óleo, de infra-estrutura e industrial, de incêndio, explosão, terrorismo ou outras causas humanas. O Brasil teve uma série de inundações catastróficas nos últimos anos, e em outras partes do mundo o seguro de inundação são em grande parte ressegurados para evitar uma acumulação de perdas que pode sobrecarregar as seguradoras domésticas ", afirmou David Matcham, CEO da International Association of London Underwriting .

"O resseguro é uma das indústrias mais globalizadas do mundo de hoje. Resseguradores de risco e grande capacidade de pagamento de reivindicações em escala global produz efeitos de bem-estar para empresas consumidores com o livre comércio, ajudando a estimular o crescimento econômico, empregos e promover a estabilidade. O Brasil é hoje a sétima maior economia do mundo, mas o crescimento rápido deixou a economia vulnerável a catástrofes de larga escala semelhante ao ocorrido em economias como a Tailândia e Chile. portanto o acesso livre aos mercados de resseguros globais é essencial para o Brasil proteger a longo prazo seus investimentos para o futuro ", disse o Dr. Robert Hartwig, presidente e economista para o Insurance Information Institute."

Embora os EUA e a Europa foram poupados das maiores eventos de perdas globaisem 2011, evidências anteriores (o furacão Katrina, Windstorm Xynthia) demonstram que para mega eventos, grande parte dos prejuízos são distribuídos para resseguradores não domésticos, observou Kading.


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