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Porto Seguro não arreda pé da "Cracolândia"

Fonte: Brasil Econômico

Companhia foi atraída pelas facilidades da região e se diz casada com o centro

Patrícia Nakamura

Na contramão de grandes empresas, que se transferiram para regiões mais nobres da capital, a Porto Seguro expande seus prédios administrativos no bairro de Campos Elísios, área central da cidade. No primeiro trimestre do ano que vem, a seguradora vai inaugurar um novo prédio de 12 andares, um data center e um teatro.

"A Porto Seguro ficou grande demais para sair do centro", afirma Manoel Sabino, funcionário da Porto Seguro há 30 anos e que hoje é assessor do Conselho de Administração.

A proximidade com os clientes (a maior parte das corretoras de seguros ainda estão instaladas no centro) e a facilidade do acesso a funcionários e prestadores de serviço foram os principais motivos para que a seguradora fincasse raízes por lá, diz Sabino. Acabamos nos casando com a região".

As origens judaicas da família Garfinkel, acionista da Porto, também pesaram - Campos Elísios é ao lado de Bom Retiro, que reunia, na década de 1970, boa parte da colônia.

Faz quarenta anos que os escritórios da seguradora estão espalhados pelos Campos Elísios. A empresa viu o fechamento da antiga rodoviária, ao lado da Estação Julio Prestes e acompanhou a saída de seus vizinhos industriais e comerciais.

Viu também, nos últimos cinco anos, a decadência do bairro, tomado pelos dependentes de crack. A rua Helvétia, coração da Cracolândia, está a menos de 100 metros do principal prédio da empresa, de mais de 20 andares, instalado na rua Guaianases. Pelo edifício, circulam mais de 9 mil pessoas, sendo aproximadamente 6,5 mil funcionários. No terreno da sede a Porto Seguro mantém ainda um casarão tombado, que pertenceu casarão da família do presidente da província de São Paulo, Dino Bueno, de 1933. A construção abriga até hoje atividades da seguradora.

A operação do governo paulista para acabar com a Cracolândia, junto com outras iniciativas para revitalizar o centro animam a seguradora, que acredita ter sido acertada a decisão de não se transferir para endereços considerados mais nobres. A empresa informa que mantém projetos socio educacionais no bairro, incluindo programas na favela do Moinho, atingida por incêndio no fim de 2012.

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