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Praça de testes para produtos e serviços de bancos e seguradoras

Fonte: Brasil Econômico

Alcance rápido a um público amplo e exigente ajuda empresas a ajustarem estratégias de inovação antes de expandi-las

Natália Flach

A multiplicidade de culturas, classes sociais, interesse por tecnologia e alcance rápido de um número relevante de consumidores faz a capital paulista ser a escolhida para testes de produtos financeiros que as instituições pretendem lançar nacionalmente.

É o caso da Bradesco Seguros, que começa em São Paulo uma estratégia para disseminar microsseguros.

Em fevereiro, a seguradora inicia esse processo na comunidade carente de Heliópolis, com ação educativa voltada ao seguro de vida. Segundo Eugênio Velasques, diretor executivo do grupo, a ideia surgiu depois que pesquisadores - que moraram um ano com uma família da região - detectaram que era necessária outra abordagem do tema para agir essa parcela da população. "É preciso oferecer um processo educacional primeiro para depois bater na porta das famílias e vender o seguro", afirma.

Serão livretos disponibilizados na agência do banco que fica na comunidade, escolas, igrejas e associações de moradores.

"Com isso, a população vai ver que não é algo complexo." Ao todo, já foram vendidos 13 milhões desse tipo de apólice no Brasil e só em Heliópolis foram 3 mil. Mas essa história tem início em2010, quando a Bradesco Seguros decidiu fazer uma pesquisa vivencial na comunidade.

"Descobrimos que eles se veem como bairro e não como favela, que o que mais causa medo é morte acidental e que seguro era visto como algo relacionado a coisas ruins", diz. Por isso, o nome adotado foi Proteção Bradesco. "Foi o primeiro produto desenhado com a filosofia de microsseguros." A Visa também escolheu São Paulo como laboratório de testes de diversos produtos. Um deles é o Visa PassFirst. Pensando na série de eventos que podem estragar um domingo de futebol (cambistas, fila, ingressos falsos), a bandeira de cartões oferece ao torcedor a chance de escolher os jogos pela internet sem ter de imprimr ou retirar os ingressos na bilheteria. "É só passar na catraca construída para passar o cartão. É uma comodidade absurda", diz Percival Jatobá, diretor executivo sênior de produtos da Visa do Brasil.

Tanto é que a marca decidiu expandir essa experiência para as salas de cinema Cinemark, para o Museu do Futebol e uma série de shows e rodeios.

"Estamos discutindo inclusive com a Fifa para implementar esse tipo de tecnologia na Copa do Mundo. Caso as discussões avancem, temos interesse em atender todos os estádios onde vão acontecer os jogos", diz.

Outro produto que foi testado primeiramente em São Paulo foi o Visa Cargo, para substituir a carta frete-papel que o caminhoneiro recebia da transportadora.

"Ele tinha que ir a determinados postos de gasolina trocar por dinheito, o que podia ter deságio de até 20%. Isso quando não tinha que comprar produtos", conta Jatobá. Agora, o dinheiro é depositado no cartão que pode usar em 2 milhões de estabelecimentos no Brasil. E a esposa e os filhos estavam a quilômetros de distância também podem receber um plástico adicional. "Foi importante para inclusão social e financeira das famílias dos caminhoneiros, que não conseguiam financiamento por falta de comprovante de rendimentos", diz.

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