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Catástrofes custam US$ 116 bi às seguradoras

Fonte: Brasil Econômico

Sinistros dispararam 142% no ano passado com terremotos, furacões e enchentes

Flávia Furlan

Catástrofes naturais e causadas pelo homem foram responsáveis por uma perda de US$ 116 bilhões às seguradoras em 2011, revelou estudo da Swiss Re, divulgado com exclusividade ao BRASIL ECONÔMICO, que abrange desde os prejuízos com um terremoto até uma explosão causada por um funcionário de uma indústria. Esse número representa crescimento de 142% frente a 2010.

No entanto, as perdas econômicas totais causadas por esses desastres no ano passado foram de US$ 370 bilhões, o que inclui, além do que foi arcado por seguradoras, o prejuízo arcado por governos, empresas e indivíduos. O valor é o maior da história e representa um crescimento de 63,7% frente aos US$ 226 bilhões de 2010.

O economista-chefe da Swiss Re, Kurt Karl, destaca que no ano passado ocorreram eventos catastróficos e devastadores como os terremotos no Japão, na Nova Zelândia e na Turquia e as inundações na Austrália e na Tailândia. O que diz respeito apenas à natureza somou US$ 110 bilhões em perdas às seguradoras, enquanto os desastres causados pelo homem responderam por US$ 6 bilhões.

"Ainda assim, dois terços do volume de US$ 370 bilhões em perdas econômicas serão suportados por empresas, governos, organizações humanitárias e pelos contribuintes, apontando para a ainda generalizada insuficiência da proteção de seguros em todo o mundo", destaca Karl. Só o terremoto de 2011 no Japão custou ao setor segurador um total estimado em US$ 35 bilhões, o que o transforma no mais oneroso já registrado.

De acordo com o diretor de resseguro para Brasil e Cone Sul da Swiss Re, Rolf Steiner, a maior parte das perdas fica diretamente com os indivíduos, mas têm repercussão direta no governo. "Quando a pessoa perde tudo, há a ajuda dos governos pela proteção social", pondera o executivo.

Ele afirma que o mercado segurador não cobre uma parcela maior dos desastres por conta da falta de possibilidade econômica da população destes locais de comprarem uma apólice. "Muitas vezes as catástrofes acontecem em zonas do mundo que não têm acesso ao seguro, seja pela situação econômica desta população ou por canais de venda não chegarem lá."

Steiner acredita que há uma função das seguradoras em desenvolverem coberturas para este público, seja com microsseguros ou com apólices em parceria com o governo. "O Brasil também está neste momento de discutir como fechar essa lacuna entre as perdas econômicas totais e as cobertas pelas seguradoras, principalmente por conta das inundações", destaca.

A solução, de acordo com o executivo, passa pela cobertura do microsseguro, mas também por um esforço de disseminação da cultura da contratação do produto. As enchentes no Brasil foram responsáveis por perdas à sociedade de US$ 1 bilhão no ano passado - mas só há registro de perda para seguradoras de US$ 50 milhões, referente às enchentes no mês de janeiro no estado do Rio de Janeiro.

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