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Novo presidente da Mapfre visita Brasil em abril

Fonte: Viver Seguro

Brasil. Esse é o primeiro destino de Antonio Huertas Mejías. O executivo, que aos 48 anos assume a presidência do maior grupo segurador da Espanha e o quinto maior da Europa no lugar de José Manuel Martínez, virá em abril ver de perto a maior operação do grupo na América Latina. “Considero factivel que neste ano poderemos superar o ingresso de receitas de 25 bilhões de euros, o que significa crescimento de 6% sobre 2011. Será um ano de grandes desafios para a Espanha e por isso as operações internacionais terão um papel relevante para atingir tal cifra”, disse Huertas em seu primeiro discurso público aos acionistas, funcionários e clientes presentes na Junta de Acionistas, realizada no último sábado em Madri, sede do grupo. O Brasil foi um dos grandes destaques do balanço de 2011. Melhor ainda é que o país continua sendo um dos pilares do crescimento de 2012. “Além de continuarmos investindo no crescimento orgânico das unidades locais, consolidaremos a aliança com o Banco do Brasil, que permitirá nos posicionarmos como líderes no mercado brasileiro”, afirmou o executivo que há 24 anos se dedica à Mapfre e conta com o que há de mais importante hoje na vida de um executivo: o respeito dos funcionários, acionistas e concorrentes. Além da parceria com o BB, a Mapfre mantém outras operações não incluídas no negócio estimado em mais de R$ 12 bilhões na época.

Fora da operação BB Mapfre, o grupo espanhol tem a gestoras de ativos, a empresa de assistência 24 horas, uma operação de vida e previdência, a empresa de capitalização, de consórcio e de seguro garantia. E em breve, se tudo der certo, começará também a atuar em saúde. “É com grande orgulho que passo a gestão da empresa, que há tempos deixou de ser uma companhia espanhola para ser um grupo multinacional, para Huertas. Ele conduziu sua carreira de maneira exemplar e por isso foi aceito com unanimidade pelo Conselho de Administração”, disse Martinez, responsável por assinar o primeiro grande passo da Mapfre no Brasil: a compra da seguradora Vera Cruz, do grupo Bunge, em 1991. Mas foi só em 2011 que assumiu a presidência mundial do grupo. Literalmente com lágrimas nos olhos, Martinez se despediu do cargo, mas não do grupo. Ele será membro do Conselho.

CRESCIMENTO. O grupo espanhol vem crescendo em todo o mundo de forma consistente há tempos. Para se ter uma idéia, em 1989 a Mapfre faturava 1,2 bilhão de euros. Em 2011, 23,5 bilhões de euros para um lucro bruto de 1,6 bilhão e líquido de 963 milhões de euros. Os ativos passaram de 1,9 bilhão para 54 bilhões de euros no mesmo período.

A internacionalização foi uma das alavancas para esse crescimento. Em 2011, as operações do grupo fora da Espanha apresentaram grande crescimento. Dos 23,5 bilhões de euros em receitas consolidadas, 62% são provenientes de outros países, três pontos percentuais a mais em relação ao registrado no ano anterior. Desse valor, 10 bilhões de euros foram gerados pelos negócios na Espanha e 13 bilhões de euros pelas operações internacionais. O volume de prêmios de seguros patrimoniais, ramo conhecido mundialmente como “não vida”, chegou a 14,4 bilhões de euros, 13,4% acima do resultado obtido em 2010. Já o ramo vida chegou a 5,1 bilhões em euros.

ESTABILIDADE. Na Espanha, onde o grupo tem a liderança, as vendas do seguro automóvel se mantiveram em 2,3 bilhões de euros, volume que garante a seguradora uma participação de 21%. Na carteira de multirrisco, a Mapfre registrou venda de 1,2 bilhão de euros, avanço de 3,3%. No segmento de vida, os prêmios gerados na Espanha chegaram a 4,6 bilhões de euros, recuo de 0,6%, uma situação típica em momentos de crise, quando as pessoas reduzem depósitos em planos de previdência. O desemprego também traz impactos negativos para a carteira de vida empresarial.

DESEMPENHO. Na Mapfre America, o desempenho foi classificado como “incrível” por Esteban Tejera, diretor geral do grupo, que apresentou aos acionistas os dados detalhados do balanço de 2011. Esse elogio se refere, em boa parte, ao Brasil, que apresentou crescimento de 14,9%, para prêmios de 3,5 bilhões de euros. “Registramos um forte crescimento orgânico e as operações com o Banco do Brasil foram consolidadas em 2011, beneficiando os resultados do ano”, informou Tejera.

LÍDER.O Brasil é de longe o maior mercado da América Latina, onde a Mapfre é a maior da região no segmento “não vida” e a segunda maior em “vida”. Segundo dados do balanço, a Venezuela registrou prêmios de 640 milhões de euros, avanço de 8,8%; o México chegou a prêmios de 557 milhões de euro, alta de 5,2%; Argentina vem em seguida, com 448 milhões de euros. Huertas fez questão de ressaltar a solvência do grupo Mapfre, que está entre as melhores da Europa, e ter sido o primeiro grupo segurador a divulgar o balanço financeiro dentro do novo padrão internacional.

O executivo afirmou que seguirá o caminho que vinha sendo trilhado por seu antecessor. “Vamos continuar investindo em pessoas e valores da nossa equipe, pessoas responsáveis por fazer do grupo o que ele é hoje”, disse o presidente do grupo que conta com mais de 35 mil empregados. “Aproveitaremos a nossa estrutura internacional para estimular a troca de experiência entre os executivos de todos os países, bem como investiremos em tecnologia para unir e facilitar a integração entre todas as unidades”, disse.

A tecnologia também é um pilar importante para o crescimento da empresa no que diz respeito a ter processos mais baratos e um atendimento mais eficiente aos corretores, principal canal de vendas do grupo, fornecedores e clientes.

A estrutura do conglomerado foi simplificada e agora conta com três segmentos: seguro direto na Espanha, seguro direto internacional e negócios globais. Dentro dessa estrutura, o desenvolvimento de canais de distribuição alternativos terá atenção especial, principalmente no que diz a vendas pela internet. “Quem determina a forma de atendimento hoje é o cliente e por isso estaremos em todos os lugares que ele demandar”, disse Huertas.

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