Breaking News

Receita continua concentrada

Fonte: Jornal do Commercio - RJ

PREVIDÊNCIA ABERTA

Os segmentos de previdência privada aberta e de seguros de vida continuam fortemente concentrados nos grandes grupos. No ano passado, cerca de 85% da receita foram gerados por quatro empresas: Bradesco (33,2%); Itaú (22%); BrasilPrev (21,9%) e Caixa (7%).

O presidente do Sindicato Nacional das Entidades de Previdência Complemetar (Sinapp), Francisco Alves de Souza, explica que o desempenho tímido das pequenas e médias empresas é fruto das inúmeras ferramentas disponíveis para os grandes comglomerados, tais como as novas tecnologias, ampla carteira de clientes e atuação do canal banco, com milhares de pontos de vendas. "As pequenas e médias não possuem os diferenciais mercadológicos dos grandes conglomerados, o que explica os resultados menores", afirma o executivo.

Embora o mercado concentrado se repita também no ramo vida, Francisco Alves observa que há um alento, ou seja, as licitações públicas, nas quais os resultados obtidos pelas pequenas e médias empresas são bastante significativos, proporcionalmente ao volume de negócios. Essas empresas começam, inclusive, a ganhar expressão nas vendas com maiores prêmios e capitais segurados.

PROPOSTAS. Alves de Souza sugere o tratamento legal diferenciado para as pequenas e médias empresas. "A simplificação dos processos, a redução dos tributos, a assistência ao desenvolvimento das competências, tanto de produtos quanto de processos, são medidas oportunas para aproximar ou nivelar os concorrentes no que diz respeito a capacidade de inovação tecnológica e de serviços agregados.

Com essas ações, o hiato de desigualdade atual reduzirá significativamente", aposta.

Na visão dele, a adoção do princípio da proporcionalidade, que já existe nos mercados europeu e norte-americano , seria um passo importante para diminuir está desigualdade.

Nesse sentido, o presidente da Sinapp destaca a preocupação das pequenas e médias com as normas e padrões do IFRS para geração das demonstrações financeiras, já obrigatórias em alguns países e implantadas aos poucos no Brasil.

Esse atendimento contábil nos padrões IFRS, ao lado de outras exigências regulatórias, implica em estruturas muito mais completas das empresas, o que impacta em aumento de custos decorrentes de investimentos em tecnologia e profissionais qualificados, com reflexos negativos em outros setores da empresa, razão pela qual seria de todo aconselhável o desenvolvimento de políticas diferenciadas para empresas de pequeno e médio porte.

Segundo Francisco Alves, dois fatores contribuirão significativamente para o crescimento nos próximos anos: a transformação das atuais entidades abertas de previdência complementar sem fins lucrativos em com fins lucrativos, e a autorização para atuar no microsseguro, um novo mercado que surge com um contingente superior a 30 milhões de consumidores, formado pelas classes C, D e E. Além disso, será preciso facilitar o acesso à tecnologia de ponta para aprimorar os controles internos, reduzir custos, desenvolver novos produtos e expandir market share.

Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario