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Saúde: Aumento no número de clientes pressiona investimentos

Fonte: Brasil Econômico

Segundo o Instituto de Pesquisa de Saúde Suplementar (IPSS), noperíodo entre 2010 e 2011, houve alta de 11,6% nos custos das empresas

Um dos fatores decisivos para a permanência das operadoras no mercado é a necessidade de investimentos ou capitalização proporcionais à ampliação do número de clientes, exigência iniciada a partir da regulamentação do setor no país, há quase 15 anos.

"A operação está cada vez mais complexa.

Mas é natural, o regulador cumpre com o seu papel de zelar pela solvência das empresas", afirma o vice-presidente de Controle e Relações com Investidores da SulAmérica, Arthur Farme. A capacidade de gestão e investimentos fará ainda maior diferença nos próximos anos. "O mercado vai se fechando. As empresas têm de ter estofo financeiro para corresponder às novas exigências da regulamentação", diz a advogada Maria Cibele Affonso dos Santos, sócia do escritório Siqueira Castro.

Além das regras exigidas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em relação à reserva de valores financeiros que garanta a atuação de uma empresa no setor, a aquisição de novas tecnologias representa aumento relevante de custo para as operadoras.

Os novos recursos tendem a complementar e não substituir os equipamentos já em uso, afirma o diretor de negócios da Seguros Unimed, Mauri Aparecido Raphaelli.

"A área de saúde é uma das poucas atividades econômicas em que a tecnologia aumenta custo e não diminui", reflete.

Nesse ramo, a frequência de utilização e o valor cobrado pelos prestadores de serviço formam a despesa assistencial das operadoras.

Índice calculado pelo Instituto de Pesquisa de Saúde Suplementar (IESS) aponta que, entre 2010 e 2011, o aumento desse custo foi de 11,6%, sem descontar a inflação. A taxa leva em conta os dados até o mês de setembro do ano passado. "Notamos uma retomada do custo hospitalar. Mas a variação geral é mais baixa do que a dos preços de serviços", destaca o superintendente executivo do IESS, Luiz Augusto Carneiro, referindose à expansão dos valores do conjunto de serviços de toda a economia.

A competição no segmento de contratos coletivos limita, porém, o repasse dos custos para o consumidor. "Tem de repassar o mínimo", diz Carneiro, do IESS. Para ele, a constante expansão dos custos do setor de saúde não deve ser vista como uma falha e, normalmente, é minimizada com o investimento em rede de atendimento própria. A Hapvida, atuante nas regiões Norte e Nordeste, consegue realizar 76% das consultas e exames e 96% das internações em unidades da operadora. "Essa estratégia permite uma gestão de custo muito eficiente, amenizando o impacto da regulamentação e da inflação do setor", afirma o presidente da empresa, Jorge Pinheiro.

A adoção de prontuários eletrônicos, com o histórico de saúde do paciente, e a atenção ainda maior nas ações preventivas são fatores benéficos à diminuição de custos das operadoras de saúde, aponta a sócia do Siqueira Castro. Nos três últimos anos, parte relevante do total de R$ 4 bilhões investidos pelo sistema Unimed em responsabilidade social foi destinada a programas de prevenção.

A aposta, segundo Raphaelli, está na estimativa de que a cada real gasto em ação preventiva, três são economizados no serviço prestado ao usuário. "Mas essas ações são de curto, médio e longo prazos", destaca, sem informar a previsão de economia a partir do emprego do recurso.

A necessidade de controle dos custos não deixa de lado as perspectivas de aquisições, que geram também a redução de custos administrativos.

"Vamos estar atentos, mas não há um movimento deliberado para isso", afirma o presidente da Bradesco Saúde, Marcio Coriolano.

Por meio de compras ou de forma orgânica, o cenário de crescimento do setor continua, apesar de representantes apostarem num avanço menor neste ano, se comparado com 2011, e deve manter o ambiente da saúde suplementar otimista e a postos para novos movimentos. L.M.

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