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Seguradora Argo chega ao Brasil para brigar por pequena e média empresa

Fonte: Brasil Econômico

Grupo com sede nas Bermudas aporta R$ 60milhões (três vezes o exigido pela Susep) para aproveitar avanço do mercado local

Flávia Furlan ffurlan@brasileconomico.com.br

A seguradora Argo, sediada em Bermudas e com a marca de US$ 1,5 bilhão em prêmios emitidos no ano passado, desembarca no Brasil com um capital de R$ 60 milhões - três vezes o exigido pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) para início de operações no país - com a estratégia de brigar por médias e pequenas empresas.

Ela pretende oferecer seguro para nichos específicos de mercado e por canais de distribuição como associações e sindicatos.

O CEO da Argo no Brasil, Pedro Purm, diz que a segmentação de mercado, oferecendo seguro para cada tipo de indústria, é comum nos Estados Unidos, mas que no Brasil não havia potencial, cenário que mudou com o crescimento econômico.

Ele explica que a empresa não terá grandes riscos como foco principal, mas que poderá fazer apólices para a categoria em parceria com outras seguradoras.

Além disso, as pequenas empresas ficam para uma segunda etapa porque para atingi-las é preciso um canal de distribuição com mais capilaridade.

"Entre as pequenas empresas, iremos para a forma mais segmentada de atuação e vamos procurar o conceito de afinidades, de distribuição através de sindicatos e associações", ponderou o executivo com exclusividade ao BRASIL ECONÔMICO. A seguradora começa com um grupo de cerca de 60 corretores em carteira, sendo este por enquanto o principal canal de venda.

A Argo recebeu autorização para atuar no Brasil em dezembro, mas a primeira apólice foi emitida em 26 de janeiro, no segmento de transportes. A empresa tem 40 produtos desenhados para comercializar no país e em um primeiro momento disponibilizará 17 que já foram aprovados pela Susep.

As áreas em que a empresa atuará são seguro patrimonial e de riscos de engenharia, de riscos financeiros (responsabilidade civil, profissional, garantia e D&O) e de transportes, sendo que neste último já foram fechadas cinco apólices. A meta da Argo é encerrar o terceiro ano de operação com faturamento de R$ 100 milhões.

A escolha das empresas que são público-alvo da companhia não será feita apenas com base no faturamento. "Esse é um dos aspectos que vamos analisar, além do tipo de risco da empresa, baseado na indústria em que atua", diz o CEO. A empresa tem escritório em São Paulo e no Rio de Janeiro, mas não descarta expansão para outros locais do país.

De acordo com Purm, o processo de expansão do Grupo Argo é recente, com a empresa lançando escritórios para operações em diversos países como Bélgica, França e Suíça, além de seguradoras no Brasil e nos Emirados Árabes, em Dubai, na estratégia de alcançar os mercados emergentes.

"O Brasil é um caso específico de abertura de filial porque o grupo queria uma oferta ampla de seguros em função do potencial do mercado", destaca o executivo.

Na França, por exemplo, foi aberto escritório para oferecer seguro apenas para a indústria aeronáutica.

A Argo terá capacidade, no Brasil, de absorver até R$ 1,8 milhão de risco em resseguro. O grupo do qual ela faz parte tem potencial de absorção de resseguros de US$ 2 bilhões no exterior, no entanto, a legislação brasileira só permite que sejam acessados 20% deste total.

Purm diz que há negociações para fechar um contrato de resseguro para a operação local.

O presidente escolhido pela Argo para comandar as operações no Brasil atua na indústria de seguros há 27 anos. Em 2011, Purm se desligou do cargo de CEO do Grupo Zurich no Brasil, que ocupou por 16 anos, para poder se empenhar em outros projetos pessoais. Em maio daquele ano, no entanto, logo depois de viajar com a família, já começou na nova seguradora

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