Breaking News

Seguro de carro mais antigo custa o dobro e pode ser recusado

Fonte: CQCS | Pedro Duarte

O diretor de Automóvel da Marítima Seguros, José Carlos de Oliveira, aponta que as recusas de riscos no ramo estão mais ligadas com a regularização e documentação do veículo do que com o tempo de utilização do automóvel. “Ninguém compra uma casa sem escritura. Assim é com o Seguro de Auto, pois se o veículo teve motor trocado ou chassis remarcado, tudo deve estar devidamente aprovado e registrado nos órgãos de trânsito”.

Além disso, as companhias costumam declinar das propostas de veículos com excesso de avarias. “Na primeira colisão, pode ser preciso reformar o carro inteiro e o perfil passa a ideia de um condutor descuidado”, reforça José Carlos.

Então, os seguros de carros mais antigos são em geral mais difíceis – embora a Marítima seja bem mais flexível que a média e, como diferencial, faça seguro de veículos com até dez anos de uso, além de renovações para carros com até 15 anos.

E quanto ao preço?

O cenário se completa com a análise do preço, que também é proporcionalmente mais caro para os veículos mais antigos. Segundo simulação da Marítima, para um Uno Mille 1.0, rodando em São Paulo, com perfil médio, o prêmio do modelo 2012 fica em torno de RS 2,3 mil, enquanto o veículo 2002 custa cerca de R$ 2,2 mil.

Em valores absolutos, quase não há diferença. Mas, no primeiro caso, o seguro custa 8,8% do valor do carro pela tabela FIPE (R$ 25.980,00). Já na segunda situação, a companhia cobra, em análise proporcional, quase o dobro: 17,2% (tabela FIPE de R$ 12.610,00).

De acordo com José Carlos, a explicação é que a maioria das seguradoras preferem aceitar o risco de carros mais novos, com até cinco anos de uso, pois nesse prazo ainda é possível encontrar nas concessionárias as peças de reposição, em caso de sinistro. “Quanto mais antigo for o veículo, maior é a dificuldade de conseguir as peças para reparos, o que encarece os consertos e, numa perda parcial, o custo é exatamente igual”, argumenta.

“A verdade é que a legislação não permite o uso de peças recuperadas, porém certificadas, como defende a FenSeg, que tem uma proposta para criar um produto opcional mais barato, de modo a atrair a classe C”, acrescenta José Carlos.

De acordo com o executivo, o país tem 30 milhões de carros que poderiam estar segurados, mas somente a metade tem cobertura das seguradoras. “Então, existe muito espaço para crescer, desde que o Congresso consiga aprovar, por exemplo, o projeto dos desmanches legais, em trâmite no Congresso, agora com participação do governo na proposição de emendas, conforme noticiou em fevereiro o site do deputado Hugo Legal (PSC/RJ)”, ressalta.

Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario