Breaking News

Seguro terá indenização em até 15 dias

Fonte: O Globo

Nova resolução da Caixa permitirá que comunicação à seguradora seja feita pela internet

Luiza Xavier

A dificuldade de comprovar um grande prejuízo material diante da seguradora pode estar perto do fim para o consumidor que financiou um imóvel pela Caixa Econômica Federal, que lidera o segmento de seguro habitacional com 68% do mercado e 2,5 milhões de apólices. Nos próximos dias a instituição anunciará uma nova resolução que prevê a apresentação de um número menor de documentos para comprovação do evento e o pagamento de indenizações em todo o país em 15 dias - metade do prazo máximo estabelecido pela Superintendência de Seguros Privados (Susep).

Além disso, a comunicação do chamado sinistro à seguradora poderá ser feito pela internet. A Caixa diz que o objetivo é tornar mais ágil o processo de quitação do financiamento e do pagamento do seguro por morte, invalidez permanente ou danos físicos ao imóvel, como em casos de catástrofes ambientais.

Financiamento quitado após tragédia em Teresópolis

Vítima da tragédia das chuvas em Teresópolis, na região serrana do Rio, em 2011, a família de Zilá Teles, participou do projeto piloto para a implantação desse novo sistema. Em meados de 2008, a aposentada havia financiado um imóvel em 25 anos, mas três anos e meio depois, em janeiro do ano passado, sua casa foi condenada por causa das enchentes. Ela foi uma das oito mil indenizadas pela Caixa ano passado:

- A casa vizinha à dela pode desabar a qualquer momento. O engenheiro esteve lá e disse que minha mãe e meu irmão teriam que deixar o local, que corria risco. Em pouco tempo, o financiamento foi encerrado e ela recebeu o seguro. Ainda estamos traumatizados com o que aconteceu, mas pelo menos ela não tem mais essa dívida - conta Elaine Teles, filha da ex-mutuária.

De acordo com a Caixa Seguros, a análise detalhada do contrato foi eliminada do processo de danos físicos ao imóvel. No caso de morte e invalidez, a redução de tempo ocorreu de outra forma: como os processos exigem maior rigor na documentação, laudos e análise de contratos, a instituição aumentou para três vezes por semana a liberação dos pagamentos de indenização, que ocorriam em três datas mensais.

- Como líderes desse mercado temos a obrigação de buscar facilitar a vida dos clientes e esclarecer a população, já que atendemos a todas as classes sociais. Há pessoas que vão direto à Justiça, nem procuram a agência onde firmaram o contrato. Simplificamos a análise de sinistros e revisamos os processos de entrega de documentos, uma vez que a rapidez no pagamento da indenização é fundamental para o segurado - diz Ricardo Talamini, diretor de seguros de crédito da Caixa Seguros.

O executivo acrescenta que "os maiores gargalos" estavam na conferência e envio de documentos, como laudos, avaliações e contratos. Com a nova medida, quem perdeu os documentos em um incêndio ou numa inundação poderá comprovar o desastre por meio do "espelhamento", o cruzamento de informações prestadas pelo cliente com aquelas que constam no contrato de financiamento. Nos últimos dois anos, a instituição investiu cerca de R$ 2,5 milhões na reformulação dos procedimentos, que incluiu ainda o treinamento da rede credenciada de engenheiros responsáveis pelos laudos enviados à seguradora.

Para imóvel de R$ 100 mil, seguro de R$ 200 por ano

A maioria dos financiamentos imobiliários inclui o seguro básico, com cobertura para morte, invalidez e danos ao imóvel causados por incêndio e explosão, mas a contratação desse produto pelo consumidor comum ainda é considerada tímida pela Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg). O mercado de seguro residencial no país cresceu 2,7% de 2010 para 2011, quando alcançou receita de R$ 1,3 bilhão, no entanto, apenas 12% dos brasileiros possuem seguro residencial. Desconhecimento sobre o funcionamento do setor e a expectativa quanto ao pagamento mensal fazem o brasileiro evitar o seguro:

- Muita gente tem seguro do carro, mas não protege a residência. O brasileiro não tem o hábito de planejar, fica com aquela ideia de que o problema só vai acontecer com o outro. Na verdade, a residência é o maior patrimônio de uma família. E pagar por um seguro pode custar bem menos do que a maioria pensa: o seguro de um apartamento de R$ 100 mil no Rio ou em São Paulo custa até R$ 200 por ano - diz Eduardo Marcelino, presidente da Comissão de Riscos Patrimoniais da FenSeg, para quem a iniciativa da Caixa demonstra o amadurecimento do mercado.

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) alerta que para evitar sustos na aquisição de seguros o consumidor deve ler o contrato com atenção, preencher o perfil com sinceridade e dar preferência aos pagamentos à vista, ou no máximo em quatro parcelas:

- Existem dois tipos de seguro: o de Valor de Mercado Referenciado e o de Valor Determinado. O primeiro é o mais usual: a indenização integral é condicionada por uma tabela de referência (a mais conhecida é a Fipe), que deve estar indicada no contrato. Também deve haver um fator de reajuste sobre esse valor. Já a outra modalidade prevê uma indenização integral fixa, prevista em contrato - explica Maria Elisa Novais, gerente jurídica do Idec.

Saiba mais

l AVALIAÇÃO: Quando decidir contratar um seguro patrimonial ou residencial, leia o contrato e observe as coberturas e as indenizações que constam no documento.

l PESQUISA: Há diversos planos, portanto, escolha aquele mais adequado ao seu perfil.

l PRÊMIO: É o nome da mensalidade a ser paga pelo seguro.

Este não deve ser o único fator considerado na hora da escolha do seguro.

l BÁSICO: É aquele seguro que cobre morte, invalidez, danos ao imóvel causados por incêndio, raio ou explosão.

l ADICIONAL: Cobre prejuízos causados por desmoronamentos, enchentes e outros eventos.

Também pode incluir a cobertura de danos a terceiros.

l ALUGADO: Residências alugadas também podem ser seguradas.

Neste caso, pode-se cobrir móveis e eletrodomésticos também.

Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario