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Sofisticação do mercado de seguros leva à disputa por mão de obra qualificada

Fonte; Revista Cobertura

Com bom nível de remuneração, setor ainda sofre com apagão de talentos; conforme headhunters, demanda é por profissionais com conhecimento técnico e comercial

Por Carol Rodrigues

“Estou há cinco meses com a posição de superintendente de Sinistros de RE Grandes Riscos - Property e Casualty e não consigo preencher”, diz Fábio Fonseca, partner da Havik, consultoria de recrutamento e desenvolvimento de profissionais. Essa situação revela o crescimento do mercado segurador brasileiro e a carência de profissionais especializados, já crítica em áreas como D&O, Garantia e Engenharia.

O setor de seguros se tornou mais atrativo para quem atua no mercado financeiro, devido à expansão da indústria e em virtude da remuneração. “Hoje, dependendo do perfil do profissional, se ele tiver uma oportunidade em um banco de investimento europeu ou em uma seguradora americana em expansão no Brasil, provavelmente ele optará pela seguradora”, analisa Ana Guimarães, gerente da divisão de Mercado Financeiro da Robert Half.

Mesmo assim, com a rápida evolução do mundo de seguros, o 'apagão de talentos' persiste.

“Há uma alavancagem muito forte em todas as posições no mercado de seguros, do atuário ao subscritor, passando pelos profissionais de operações e executivos de área comercial, nas posições de analistas, gerentes e diretores”, visualiza Fonseca.

Pela falta de profissionais no setor, o que acontece é o rouba-monte. “Hoje, os jovens são comprometidos, mas eles pedem liderança e referência, alguém que possa lhes mostrar um caminho”, diz ele, para quem o RH deve ser um parceiro estratégico no processo de retenção. “Além disso, tem algo que o jovem busca, o senso de pertencer. Ele precisa sentir que faz parte da empresa”, diz o partner da Havik.

Valorização

Em virtude do crescimento do mercado e da falta de mão de obra, há um aumento significativo na remuneração de profissionais qualificados e dos iniciantes no setor. Segundo Ana, há três anos, a remuneração de um superintendente atuarial flutuava entre R$ 12 mil e 15 mil. Hoje, a faixa é de R$ 17 mil a R$ 25 mil. “Desde 2011 já percebemos um incremento entre 10% e 15% em cima da remuneração fixa deste profissional”.

Fábio Fonseca já observa que um estagiário na área de seguro garantia que tenha sido efetivado no segundo ano, hoje, obtém uma remuneração de R$ 2,5 mil; no terceiro ano, já passa a R$ 4 mil, e a estimativa, conforme Fonseca, é a de que quando essa pessoa completar cinco anos esteja com uma remuneração média de R$ 8 mil. “No nível gerencial, o salto é de até R$ 14 mil; um superintendente, na casa dos R$ 20 mil. Todos jovens, com bom conhecimento técnico e formação”.

No entanto, segundo ele, há o outro lado da moeda, pois embora esses profissionais tenham o conhecimento técnico, ainda não estão preparados para responder o que a remuneração exige. “Isso do ponto de vista de liderança, capacidade de implantar estratégias, entregar resultado no final de um período e criar relações com o mercado”, assinala Fonseca. Ele adianta que a consultoria pretende iniciar um programa de formação ainda em 2012.

Ana recomenda aos profissionais que desejam ingressar no mercado o almejam investir no setor, apostarem no aprendizado de idiomas, principalmente o inglês. “Dentro desse escopo, também é necessário acompanhar as inovações de produtos que o mercado está inserido – hoje temos uma infinidade de seguros”.

Outro ponto importante é que, hoje, no mercado de seguros é importante o profissional ter o conhecimento técnico e também possuir bom tráfego entre as áreas. “Por exemplo, ser um underwriter, mas que tenha relacionamento e viés comercial. Observamos que as seguradoras têm buscado profissionais técnicos que possuem a venda consultiva”, indica Ana.

Mapeamento

Desde 2007, a Michael Page realiza um estudo de remuneração de 15 divisões, dentre elas, Insurance. A quinta edição apresenta o cenário atual e as perspectivas para 2012. A remuneração no mercado de seguros é avaliada por meio das divisões de pequenas, médias e grandes empresas, nas regiões Sul, interior de SP, Minas Gerais e Centro-oeste, Norte e Nordeste, Rio de Janeiro e São Paulo.

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