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Susep discute com mercado as regras do microsseguro

Fonte: DCI Online

SÃO PAULO - Hoje, executivos do mercado de seguros e membros da Superintendência de Seguros Privados (Susep) iniciam reuniões para discutir as circulares de regulamentação do microsseguro, que deve ser finalizada ainda nesse semestre. Com a aprovação das regras, o grupo Bradesco Seguros espera incrementar a base de clientes de 25% a 30%. Já a Zurich, com o banco comunitário Palmas, acredita em aumento da divulgação e competitividade.

A publicação deve ocorrer no dia 11 de abril, de acordo com portaria publicada no Diário Oficial, e a reunião sobre as circulares ocorre na sede da Susep, no Rio de Janeiro. Segundo o diretor do Bradesco Seguros, Eugênio Velasques, os documentos abordam a questão da distribuição - por correspondentes bancários, de microsseguros ou corretores - o funcionamento, operação, comercialização por meios remotos (celulares, por exemplo) e liquidação de sinistros. "Tem hora para começar [reunião], mas não tem hora para terminar."

No entanto, a divulgação deve ultrapassar o próximo dia 11, segundo Velasques, devido à necessidade de passar pela procuradoria e a colocação em audiência pública, mencionada pelo superintendente da Susep. "Mas sai ainda neste semestre."

Durante o Fórum Brasileiro de Seguro Popular e Microsseguros, promovido pelo IQPC em São Paulo, Velasques mencionou que o primeiro ponto a ser debatido pelo mercado segurador está na formação de uma empresa própria ou segmentações. "No Bradesco estudamos há 90 dias o modelo a ser escolhido, com seguradora especializada em microsseguros ou subsegmentação das carteiras, que pode dar velocidade e a serenidade necessária ao processo."

No que se refere aos sinistros, os executivos ainda debatem o tempo de liquidação. "A Susep quer que os sinistros sejam regulados em cinco dias da data do aviso, mas se discute internamente se é mais viável cinco ou 20 dias", diz Velasques.

No grupo Bradesco Seguros há dois produtos de seguro popular que somam R$ 45 milhões em prêmios. Do Primeira Proteção Bradesco, já foram comercializados 1,5 milhão de apólices em dois anos. Já no Bradesco Bilhete Residencial foram vendidas 29 apólices durante o período de quase um ano. "Se quiséssemos vender cinco milhões, atingiríamos esse objetivo, mas a questão não é vender, mas criar um processo educacional, que aos poucos vai despertando no cliente a boa experiência."

A intenção da seguradora do Bradesco, segundo o diretor, é de atingir a liderança em microsseguros, já que o grupo possui 25% do mercado, e agregar de 25% a 30% de novos clientes. Como canais de distribuição, serão utilizados corretores, rede de agências e correspondentes bancários. No último, a instituição financeira implementa desde o final de 2011 o sistema mobile de venda por celular. "A partir do dia 15 começamos a operar em 300 ou 400 pontos em São Paulo e no Rio de Janeiro. Até o final do ano pretendemos elevar para 10 mil pontos", revelou Velasques.

Criar o hábito de compra de seguros e, assim, uma rede de comercialização também é o objetivo da Zurich, que desde junho de 2010 atua como fornecedora de produtos para o banco comunitário Palmas, localizado na periferia de Fortaleza, no Ceará. De acordo com o gerente-comercial da Zurich, Felipe Cristóvão, de 3,5 mil a 4 mil seguros foram vendidos no banco Palmas e em mais 10 espalhados pelo Brasil. "Não há meta de números por enquanto, porque temos o princípio de aprender com as famílias. Pretendemos ter sucesso e estruturar para no futuro ter lucros."

Atualmente, a Zurich oferece o seguro de funeral familiar e de vida, com custo anual de R$ 35, cobertura de R$ 3 mil em caso de morte e R$ 1 mil para auxílio-funeral. "Temos interesse em fazer um seguro de acidentes pessoais e de vida maior, com cobertura superior e que inclui invalidez."

O Banco do Nordeste (BNB) também possui em seu leque de produtos o microsseguros. O gerente do ambiente de microfinança urbana, Marcelo Azevedo Teixeira, detalhou que o diferencial está na venda por meio do assessor de microcrédito, que também oferece a apólice popular.

Até fevereiro deste ano, o BNB desembolsou R$ 11,6 bilhões na linha CrediAmigo para 2,110 milhões de clientes, dos quais 413 mil aderiram ao seguro de vida. Em parceria com a Mapfre, o prêmio é anual, no valor de R$ 25, e garante cobertura de R$ 3 mil e auxílio funeral de R$ 840.

Apesar do baixo custo, o gerente destacou como obstáculo o prazo de 90 dias para a liquidação do sinistro. "O seguro de vida ainda é visto na mesma condição de seguros maiores, com exigência de documentações básicas e complementares, como inquérito policial, exame toxicológico etc. Acho extremamente complexo fazer todas essas exigências ao cliente que vai receber R$ 3 mil."

Para Teixeira, a regulamentação deve estabelecer a simplificação da proposta e indenização.

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