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Generali recebe aporte de R$ 150 milhões no país

Fonte: Valor Econômico

Há mais de 70 anos, quem circula pelo Centro do Rio tem como uma das principais referências o edifício Generali, um dos primeiros arranha-céus da então capital do país. A imponência do prédio, porém, contrasta com o peso da seguradora no Brasil, onde responde pela módica fatia de 0,35% do mercado.

Uma situação simultaneamente desconfortável e oportuna, na visão do presidente do grupo, Giovanni Perissinotto. Em visita ao país, onde veio pessoalmente dar o pontapé inicial na ofensiva para ganhar mercado, o executivo contou ao Valor que espera tirar daqui a maior parte do crescimento que vai ocupar o espaço a ser aberto pelos mercados europeus, em retração.

Para dar sustentação a esse crescimento, está sendo feita uma injeção de capital na companhia, de R$ 150 milhões. Desse aumento de capital, R$ 80 milhões já foram aportados e o restante será feito até o fim deste ano. Quando estiver concluído, a Generali terá capacidade de subscrever até aproximadamente R$ 450 milhões em riscos. É o suficiente, segundo Perissinotto, para dar vazão às primeiras ofensivas de mercado.

Segundo ele, por ter uma operação bem menos representativa que a Generali possui em outros mercados, o Brasil oferece também alguma flexibilidade. Graças à ausência de acordos muito abrangentes de distribuição de seus produtos, por exemplo, a seguradora vai experimentar aqui um canal que ainda não foi usado e oferecer seguros via celular. Uma parceria com a operadora TIM, que tem aproximadamente 60 milhões de assinantes, já está sendo discutida. A ideia ainda depende de aprovação pelos órgãos reguladores, mas, segundo a Generali, as regras brasileiras não vedam essa possibilidade, como em outros países.

Nos próximos dez anos, a Assicurazioni Generali quer reduzir de 70% a 50% a participação de Itália, Alemanha e França nos resultados da seguradora. O espaço será preenchido por mercados em desenvolvimento, entre os quais o Brasil ganha papel especial na estratégia, até pela irrelevância que tem no mercado, até agora. Na Argentina, por exemplo, já é líder. No Brasil, é a trigésima, e quer estar entre as dez primeiras em poucos anos.

Perissinotto passa a frequentar o Brasil trimestralmente para tomar seu assento como vice-presidente do conselho de administração da Generali Brasil. Quer acompanhar de perto o trabalho da diretoria, quase que integralmente renovada nos últimos meses, para implementar o plano de ação.

Ele mesmo, nessa visita, já arregaçou as mangas e trabalhou para colocar de pé a ousada parceria com a TIM. Logo após atender o Valor, Perissinotto recebeu o presidente da operadora, Luca Luciani, para uma conversa a portas fechadas, em italiano.

Mas a largada será dada mesmo na sexta-feira, dentro de casa, com uma proposta aos executivos. Os cinco diretores e outros cinco que fazem parte da alta administração, comandados pelo presidente, Carmelo Furci, poderão se tornar sócios da Generali Brasil.

Além da ação com a TIM, que não se sabe que velocidade terá, a Generali vai investir no segmento de microsseguros, ainda incipiente no país. Mas o volume maior virá da oferta de pacotes globais a grandes clientes, como Fiat, Pirelli e a própria TIM, da qual a Generali é uma das principais sócias.

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