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Portugal: Presidente da Liberty Internacional admite estudar privatização das seguradoras da CGD

Fonte: Economia

A seguradora norte-americana Liberty admite olhar para a privatização dos activos seguradores do grupo CGD, mas a prioridade é crescer em Portugal sem recurso a aquisições.



A afirmação partiu do presidente da Liberty Internacional, Luís Bonnel, que alertou para “a perda de valor” do negócio segurador do banco estatal, agregado na holding Caixa Seguros Saúde, o que se reflecte “na saída de clientes e de agentes”

“Se a CGD puser à venda o seu grupo segurador (Fidelidade-Império-Bonança) vamos avaliar a operação, mas para a Liberty Portugal este negócio não é estratégico, pois temos tido sucesso [em Portugal] sem ir às compras”, afirmou ontem Luís Bonell, num encontro em Boston, sede da Liberty, o sexto maior grupo não vida do mundo. Bonell reconheceu, ainda assim, que no passado olharam “para várias oportunidades para crescer em Portugal, mas os preços eram muito altos”.

Para Bonell, o grupo segurador da CGD tem perdido quota de mercado: “Muitos clientes das seguradoras da CGD e muitos agentes que trabalham com o grupo estão a vir ter connosco por livre iniciativa.” No programa de privatizações anunciado pelo Governo, está a venda, ainda este ano, do sector segurador da CGD, medida imposta pela troika.

Recentemente, José António Duarte de Sousa, presidente da Liberty Seguros Portugal, declarou, entre outras coisas, que podia encarar a possibilidade de entrar nas privatizações, mas desde que o Tesouro vendesse em separado os activos debaixo da Caixa Seguros Hospitais, designadamente a Império e a Bonança.

O Governo de José Sócrates já tinha admitido abrir a privados parte do capital da Caixa Seguros, mas com o Estado a manter uma posição na holding. Na altura, José António Duarte de Sousa recusou esta solução por implicar partilha de poder com o Estado.

A Liberty Mutual Group chegou a Portugal em 2003, quando adquiriu ao grupo suíço Winterthur (que estava há 80 anos em Portugal) a sua operação. Hoje, a Liberty Portugal representa 6% do negócio segurador do grupo norte-americano. Em 2011, a Liberty Portugal facturou em prémios cerca de 200 milhões de euros, um negócio centrado nos ramos reais (não vida) e, em especial, no ramo automóvel.

“A prioridade é o mercado do leste europeu”

Actualmente, a Liberty Mutual Group está em 17 países. Em termos de internacionalização do grupo, os responsáveis destacam que, na Europa, a prioridade são os mercados do Leste, onde já têm actividade na Polónia (uma start up) e na Rússia, onde compraram uma empresa no início do ano. Isto sem esquecer a Ásia e a América Latina, áreas geográficas em expansão.

Em 2001 o grupo norte-americano estava focado na América do Norte e a sua presença internacional resumia-se a oito países, dos quais quatro na América do Sul (Argentina, Colômbia, Brasil, Venezuela), três na Ásia (Tailândia, Singapura e Hong Kong), um na Europa (Espanha). Doze anos depois, a Liberty expandiu-se para mais nove mercados: Portugal, Chile, Irlanda, Rússia, Turquia, Japão, Polónia, China e Vietname. Luís Bonell já classificou a compra de uma empresa na Turquia “um erro”. “A Turquia estava a crescer, as famílias tinham poder aquisitivo. Estávamos muito contentes. Mas depois percebemos que a companhia não era nada, tinha sido uma má escolha.” Concluiu: “Aprendemos com os erros.”

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