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Previdência diversifica o portfólio

Fonte: Valor Econômico

Cerca de 80% da carteira de investimentos dos fundos de previdência privada, que em março somava R$ 282,067 bilhões, estão alocados em títulos de renda fixa. Essa estimativa é feita por Osvaldo Nascimento, vice-presidente da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi). Ele acredita que o mercado tem mudado nos últimos dois anos, período em que a taxa básica de juros já vem apresentando uma trajetória de queda. A renda variável vem ganhando espaço nas carteiras, afirma. Além disso, o mercado se aperfeiçoou e passou a oferecer mais produtos.

Essa maior oferta de produtos é uma das tendências para a indústria de previdência privada, de acordo com os especialistas ouvidos pelo Valor. A SulAmérica, por exemplo, está lançando dois novos produtos. Um deles irá complementar a família de fundos de renda fixa, oferecendo uma carteira com títulos indexados à inflação. O outro se somará à renda variável e será marcado por uma gestão ativa de portfólio. Queremos oferecer um leque maior, com novos perfis de carteira, explica Renato Russo, vice-presidente de vida e previdência da empresa.

Tarcísio Godoy, diretor de finanças e controle da Bradesco Seguros e Previdência, estima que, nos próximos dois anos, o mercado veja uma realocação natural dos ativos. Haverá uma busca maior por riscos de crédito, que ofereçam boa rentabilidade, e por risco de mercado, por meio de títulos públicos com prazos mais longos, prefixados ou indexados à inflação.

Uma carteira mais variada também é a estratégia da Brasilprev. Apostamos na diversificação, incluindo títulos privados de vários setores da economia e papéis de longo prazo, explica diz Altair César de Jesus, superintendente de investimentos da Brasilprev.

Também há esforços de diferenciação. A Caixa Vida e Previdência, por exemplo, lançou um fundo que conjuga dois produtos: previdência privada e seguro de vida. Com a redução da taxa de juros, é preciso vender uma previdência que não seja acumulação pura, afirma Juvêncio Braga, diretor da Caixa Previdência. Com aporte inicial de pelo menos R$ 100, o fundo destina parte dos recursos para a formação de reserva, e parte para financiar o seguro de vida, que segundo Braga, tem preços mais competitivos que os praticados no mercado. Lançado no final de 2011, o produto já foi adquirido por mais de 50 mil pessoas.

Nesse cenário de juros mais baixos, também estará em xeque a qualidade da gestão. Agora é que vamos ver a boa gestão e a competência do produto, afirma Silas Kasahaya, superintendente de vida e previdência da Porto Seguro. A estratégia da Porto Seguro é ser melhor na gestão dos fundos.

A Bradesco também está atenta a esse ponto. Nossos processos estão sendo revistos para ver onde há capacidade para ganharmos produtividade e eficiência, comenta Godoy. O objetivo, diz, é reduzir custos operacionais, a fim de permitir que a empresa tenha preços mais competitivos no mercado. Com isso, ajustaríamos os custos que são repassados ao cliente, como as taxas de administração e de carregamento, explica.

Além da adaptação a essa nova realidade de juros, o segmento também está olhando para clientes que, com o aumento da renda, passaram a ter acesso à previdência privada. Só no primeiro trimestre, a arrecadação de recursos cresceu 26% sobre o mesmo período de 2011, para R$ 14,8 bilhões. Boa parte disso vem da classe C.

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