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Governo vai autorizar fundos a investir em seguradoras

Fonte: Brasil Econômico

Regra deve exigir período mínimo de permanência dos investidores nas empresas, que arrecadaram R$ 213,5 bi em 2011

Flávia Furlan

Os fundos de investimentos podem receber no próximo ano autorização para aplicar nas seguradoras que atuam no Brasil. A Superintendência de Seguros Privados (Susep) está trabalhando em regras para que esse tipo de operação se torne possível, o que deve ficar pronto até o final de 2012. "Vemos fundos com interesse em ter participação nas seguradoras e estamos preparando um regulamento para isso", diz o superintendente da Susep, Luciano Portal Santanna, durante seminário anual da Sociedade Internacional de Seguros (IIS), que acontece de 18 a 20 de junho no Rio de Janeiro.

Santanna afirma que o órgão regulador tem interesse em conhecer melhor qual o perfil deste investidor e em encontrar um equilíbrio para sua participação no mercado segurador. O estudo de novas regras só começou depois que a Susep recebeu consultas por parte de fundos domésticos e estrangeiros para investir neste mercado. "Temos de elaborar regras relacionadas ao limite de tempo de permanência dos fundos na empresa e sobre a identificação do investidor que aplica nele", pondera.

Prêmios

O mercado em que os fundos estão de olho cresceu 14,41% no ano passado, para uma arrecadação de R$ 213,5 bilhões em prêmios emitidos. De acordo com Patrick de Larragoiti Lucas, presidente do conselho de administração da SulAmérica, o mercado de seguros-excluindo seguro saúde - representa 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro ou R$ 148 bilhões, mas até 2016 esse percentual deve aumentar para 4%. "Os seguros no Brasil têm crescido a uma taxa média de 12% ao ano nos últimos oito anos. Seu círculo virtuoso está baseado no controle da inflação e no crescimento da renda brasileira."

Para se ter uma ideia, nos últimos dez anos, a emissão de prêmios avançou a uma taxa de 3,5% nos países desenvolvidos e de 11% nos emergentes. Com isso, diversas seguradoras mostram interesse em atuar no Brasil e, por essa razão, podem sentir a necessidade do aporte de um fundo de investimento.

Além das companhias estrangeiras que ingressam no mercado de seguros brasileiro, aquelas que se tornam regulares e saem da informalidade também estão no radar dos fundos, por terem menor porte e, muitas vezes, estarem focadas em apenas um tipo de apólice. "Os fundos estão mais interessados nas empresas de pequeno porte que tenham atuação em um segmento que eles têm interesse em atuar", afirma Santanna.

Um incentivo para a formalização, de acordo com o órgão regulador, é a criação dos microsseguros, que são as apólices de baixo valor direcionadas para a baixa renda. A regulamentação geral deste produto foi criada no final do ano passado, mas a Susep deve aprovar ainda nesta semana oito circulares com regras específicas acerca do tema, como forma de distribuição e comunicação com o segurado. A estimativa da Confederação Nacional das Empresas de Seguros (CNSEG) é de que o público-alvo deste produto no país esteja em 128 milhões de pessoas.

*A repórter viajou a convite da Sociedade Internacional de Seguros (IIS).

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