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Mercado ignora proibição de seguro de petróleo

Fonte: Brasil Econômico

Compradores do Irã perderão acesso ao mercado baseado em Londres

Jonathan Leff, Reuters

Em menos de duas semanas, os maiores compradores de petróleo do Irã perderão acesso ao mercado de seguros baseado em Londres, que protege 95% dos embarques mundiais de petroleiros contra derramamentos de óleo ou colisões catastróficas.

Salvo um acordo inesperado de última hora para afrouxar as sanções da União Europeia, os grupos de Proteção e Indenização (P&I) da Europa serão incapazes de segurar os navios que transportam petróleo iraniano a partir de 1º de julho, um efeito colateral imprevisto, mas crítico, das sanções da União Europeia para punir o Irã por seu programa nuclear.

No cenário extremo, as exportações do segundo maior fornecedor da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP)-já reduzidas pelas sanções dos Estados Unidos e pela proibição de importação da União Europeia - podem chegar a um impasse no próximo mês, uma vez que companhias de petróleo estrangeiras não podem se dar ao luxo de correr o risco de dívidas multibilionárias resultantes de um incidente sem seguro.

Tal resultado parece improvável. No Japão, que agora compra cerca de um quinto das exportações do Irã, legisladores devem aprovar garantias sem precedentes do governo para assegurar os embarques no final deste mês.

Mas nenhum outro país anunciou acordos semelhantes, e compradores na Coreia do Sul e na Índia dizem que vão ter que parar os carregamento de quaisquer novas cargas a partir de julho, sem uma solução.

Apesar dos riscos, no entanto, os mercados de petróleo parecem despreocupados: desde abril, os preços do petróleo tipo Brent recuaram mais de 20 % para negociar abaixo de US$ 100 o barril pela primeira vez desde o início de 2011; em uma enquete feita pela Reuters, nenhum dos cinco analistas que fizeram previsões para as exportações iranianas esperava mais que uma queda modesta nas vendas em julho e no resto do ano. "As questões de seguros podem afetar as exportações em cima das metas volumétricas, resultando em exportações menores que o esperado, mas com o passar do tempo os participantes do mercado podem encontrar maneiras de lidar com as sanções e as exportações podem aumentar", disse Seth Kleinman, do Citi.

No momento, traders estão apostando que a demanda reduzida pela crise da dívida da Europa, a produção quase recorde de petróleo da Arábia Saudita e um boom na produção norteamericana são mais do que suficientes para compensar a queda estimada em 1 milhão de barris por dia (bpd) nas exportações do Irã desde o ano passado.

No Japão, que agora compra cerca de um quinto das exportações do Irã, legisladores devem aprovar garantias

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