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Resseguro: Surgem novos produtos para nichos

Fonte: Valor Econômico

Não foi só o IRB que se adaptou para sobreviver às novidades do mercado de resseguros. Tanto empresas há mais tempo no mercado, caso da Munich Re, quanto novas participantes, como Austral e Terra Brasis (que aguarda autorização para operar), tentam ganhar participação com novas modalidades de resseguros.

Além do resseguro tradicional, focamos num resseguro diferenciado, vinculando capacidade à consultoria, como nos ramos de energias renováveis e vida, conta Adriana Seemann, chefe de relações com clientes da Munich Re.

O tal resseguro diferenciado usa o resseguro não só para aumentar a capacidade de absorção de riscos, mas para aliviar a necessidade de capital das seguradoras. Assim como os bancos, as seguradoras também têm limites para tomar riscos, que varia conforme seu capital. Também como nos bancos, órgãos reguladores têm apertado esses limites, exigindo mais capital. O resseguro entra para aliviar essa exigência, servindo quase como um empréstimo de capital.

A modalidade deve ganhar um impulso no Brasil com as exigência cada vez mais rígidas de uso de capital para seguradoras. A queda na taxa básica de juros também deve fomentar o segmento, acredita Angelo Colombo, diretor de grandes riscos da Allianz. Isso porque com um taxa de juros mais alta era mais vantajoso para as matrizes manterem sobra de capital nas unidades brasileiras. Com a queda da Selic, isso perde apelo, aumentando espaço para o resseguro.

A AGCS, resseguradora do grupo Allianz que será comandada por Colombo, também está mirando um nicho específico no Brasil, que é o de riscos individuais e muito específicos. Chamados de riscos facultativos, são coberturas contratadas pelas seguradoras quando o risco de uma operação excede o valor ou as condições do contrato de resseguro que a seguradora tem para sua carteira de negócios.

O resseguro também vem sendo vendido como uma forma de diminuir a volatilidade dos gastos com indenizações em determinadas carteiras de seguradoras, conta Bruno Freire, diretor da Austral Re. Funciona da seguinte maneira: uma seguradora especializada em seguro de carros pode ter alguns veículos de valores extremamente altos. Caso precise pagar indenizações para esses automóveis, porém, pode sentir uma variação significativa dos gastos graças a isso. A ideia é ressegurar apenas essa parte da carteira. Somos pequenos em termos de capital, logo não somos um provedor de capacidade. Temos que investir em conhecimento, diz Freire. (FM)

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