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Seguro de baixo valor poderá ser distribuído por correspondentes

Fonte: Valor Econômico

Será em uma nova arena, a dos correspondentes bancários, que os maiores grupos seguradores do país vão se enfrentar em busca do cliente de baixa renda para vender microsseguros. A modalidade, composta por seguros mais simples e mais baratos, teve sua regulamentação publicada ontem pela Superintendência de Seguros Privados (Susep). Pelas regras, as seguradoras poderão usar os cerca de 160 mil correspondentes bancários existentes no país como canal de venda de apólices.

Qualquer produto que precise de escala para ser rentável necessita do canal adequado de distribuição. Nada mais óbvio que se aproveitar da capilaridade do canal dos correspondentes, que já existe, avalia Lauro Gonzalez, coordenador do Centro de Estudos em Microfinanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

A entrada dos correspondentes na venda de seguros deve esquentar principalmente a briga entre Bradesco Seguros e a associação entre Banco do Brasil e Mapfre. De um lado do ringue, o Bradesco tem hoje 34 mil correspondentes bancários, sendo que 18 mil são correspondentes plenos, que, além de pagamentos, fazem abertura de contas, operações de crédito, entre outras, diz Eugênio Velasques, diretor-executivo da Bradesco Vida e Previdência. Seriam os correspondentes plenos os responsáveis por vender seguros, afirma.

Do outro lado, o Banco do Brasil contava com aproximadamente 22 mil correspondentes bancários em maio de 2011, segundo dados do Banco Central. De lá para cá, a instituição ganhou pelo menos os seis mil correspondentes do Banco Postal, das agências dos Correios.

Para largar na frente, o Bradesco tem um projeto piloto em que testou a venda de seguros em 200 correspondentes no Norte e Nordeste, com a participação de corretores de seguros. Velasques estima que, no período de até um ano e meio, o microsseguro possa estar em pelo menos 60% dos 18 mil correspondentes plenos do banco.

O uso de correspondentes bancários vem sendo discutido com o Banco do Brasil e com outras instituições parceiras, diz Karina Calamita, superintendente-executiva de seguros individuais do BB-Mapfre. Ela acredita que nos próximos meses o banco defina não só os produtos que irá explorar, como os canais que serão utilizados. Das cerca de 23 milhões de vidas seguradas pelo BB-Mapfre, Calamita estima que 38% tem potencial para ser cliente de microsseguro.

A Zurich estruturou seu projeto de microsseguros em parceria com o Banco Palmas, do Nordeste, e planeja continuar nesse modelo. O Palmas conta com uma rede de 60 correspondentes, dos quais a Zurich opera em 10, segundo Felipe Cristovão, gerente comercial de canais bancários da Zurich. A estratégia da seguradora é usar os postos do Palmas para cadastrar comerciantes locais para vender seguros, os chamados agentes de microsseguros, figura criada pela regulamentação.

Além do correspondente bancário, as seis circulares publicadas no Diário Oficial regulamentam o uso de meios remotos (como internet e telefonia) para contratação das coberturas e colocam tetos de R$ 24 mil em seguros de pessoas e de R$ 60 mil em seguros de danos para que a apólice se enquadre em microsseguros. A Susep ainda deve publicar duas outras resoluções, abordando capital mínimo e constituição de provisões para microsseguros, diz Regina Simões, coordenadora geral de produtos da autarquia.

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