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Joint venture entre OdontoPrev e Banco do Brasil não sai do papel

Fonte Valor Econômico

 Anunciadas em meados de 2010, duas parcerias envolvendo empresas de saúde e grupos financeiros não evoluíram como o esperado, até hoje. Em julho daquele ano, a Tempo Assist, dona da Gama, e a seguradora da Caixa Econômica Federal (CEF) anunciaram a criação de uma seguradora de planos médico e dental. No mês seguinte, a OdontoPrev e o Banco do Brasil (BB) fizeram um grande evento para comunicar ao mercado que também estavam criando uma nova empresa de plano odontológico. Outro ponto em comum entre as duas transações é que os correntistas do BB e da Caixa eram vistos como os potenciais clientes dos convênios médico e dental.

No caso da OdontoPrev e do Banco do Brasil, a joint venture não saiu do papel até agora. Na época foi anunciado um acordo complexo que, em linhas gerais, previa uma participação de 75% do banco e de 25% da OdontoPrev na nova empresa, batizada provisoriamente de BB Dental.

Segundo fontes ouvidas pelo Valor, um dos entraves para a conclusão do negócio é o fato de o Banco do Brasil ser sócio da OdontoPrev e da seguradora espanhola Mapfre. A sociedade entre o banco e a seguradora não contempla as áreas de saúde e consórcio. Mas a Mapfre tem a opção de compra de uma operadora de plano dental chamada Sorriso que possui cerca de 240 mil clientes e seu objetivo é vender esses planos nas agências do BB. A OdontoPrev também quer vender seu plano no Banco do Brasil. É muito plano odontológico para um balcão só, disse uma fonte do setor que preferiu não se identificar.

Procurados pela reportagem, o Banco do Brasil informou que uma eventual parceria que envolva Banco do Brasil, Bradesco e OdontoPrev ainda é objeto de tratativas entre as três instituições. Já a OdontoPrev informou que não se pronuncia sobre negociações em andamento.

Especialistas ouvidos pelo Valor desconfiam que essas duas operações não serão concluídas. Em junho, o Bank of America Merrill Lynch divulgou um relatório informando que nas precificações dos papéis da OdontoPrev deixará de contemplar a eventual parceria com o Banco do Brasil.

Outro ponto que chama atenção é um movimento verificado nos primeiros meses deste ano com diretores da Odontoprev vendendo suas ações na bolsa. A participação dos executivos, que no início do ano era de 0,96%, caiu para 0,58% em maio.

Outra negociação que também é pouco explicada é a da seguradora da Caixa com a Tempo Assist, cujo maior acionista é a GP Investiments. O acordo previa a criação de uma seguradora de planos de saúde e dental em que a seguradora teria 75% do capital e a Tempo ficaria com os outros 25%. Além disso, a Tempo faria um aporte de R$ 75 milhões, sendo R$ 30 milhões em dinheiro e R$ 45 milhões por meio de prestação de serviços.

A nova empresa, Caixa Seguradora Saúde, foi criada em novembro sem a participação da Tempo, que entrou na operação apenas como prestadora de serviços com a sua rede de médicos. Chama atenção o fato de que três meses antes a Tempo informou ao mercado que havia desistido de vender sua operação e que estava focada no crescimento orgânico por meio de expansão geográfica e parceria estratégica com a Caixa Seguradora.

Segundo uma fonte do setor, há uma incompatibilidade entre os convênios médicos da Tempo (Gama) que normalmente atendem as classes A e B com a clientela da Caixa, de perfil mais popular. Além disso, a chegada de um novo presidente na CEF, Jorge Hereda em substituição à Maria Fernanda Coelho, após o escândalo do banco PanAmericano, também teria deixado o banco mais cuidadoso a novas operações.

A Caixa Seguradora Saúde tem 17,8 mil beneficiários, segundo dados de maio da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

A Tempo informou que mantém negociações com a Caixa. Esta declarou que está ciente do interesse da Tempo na aquisição de parte do capital acionário da empresa, que hoje pertence 100% ao Grupo Caixa Seguros. Não há previsão de prazo para a conclusão desse estudo, informou a Caixa.

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