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Juro menor afeta lucro da Bradesco Seguros

Fonte Valor Econômico

Apesar do forte avanço da receita, o lucro da Bradesco Seguros recuou no segundo trimestre em comparação aos três primeiros meses do ano, consequência da piora dos resultados financeiros com a queda da taxa básica de juros (Selic). A seguradora lucrou R$ 881 milhões no segundo trimestre deste ano, alta de 10% na comparação anual, mas queda de 2,7% ante o resultado do primeiro trimestre. O vilão foi o resultado financeiro, 26% menor que o do primeiro trimestre, somando R$ 722 milhões.

A forte queda no resultado financeiro ofuscou um crescimento de 22,8% no faturamento em comparação ao trimestre imediatamente anterior, composto pela receita com seguros, planos de previdência e títulos de capitalização.

Para melhorar o resultado financeiro, o diretor de finanças e controle da Bradesco Seguros, Tarcisio Godoy, diz que a seguradora vai aumentar as aplicações em papéis com risco de crédito corporativo mais elevado e com vencimentos mais distantes.

O corte nos juros também trouxe mudanças para a estratégia de produtos nos próximos trimestres, segundo Godoy. A seguradora passou a enfatizar a venda de seguros com maior sinergia com as demais empresas do grupo Bradesco e que tenham mais apelo para distribuição em agências bancárias.

Ainda que o resultado financeiro tenha encolhido o lucro no trimestre, não impediu que o Bradesco revisasse para cima a projeção de crescimento de receitas das operações de seguros em 2012. A nova estimativa é de avanço entre 15% e 19% em prêmios no ano. Anteriormente, a alta era de 13% a 16%. No primeiro semestre, a alta acumulada dos prêmios foi de 20,1%, em comparação ao mesmo período do ano passado.

Destaque positivo no trimestre, o segmento de vida e previdência registrou R$ 6,7 bilhões em receitas no período, alta de 23% ante igual período do ano passado. O primeiro semestre como um todo trouxe aumento na comercialização de seguros de vida e produtos de previdência para pequenas empresas como forma de reter funcionários, disse Marco Antonio Rossi, presidente da Bradesco Seguros, em teleconferência.

O índice de sinistralidade da seguradora, que mede a relação entre as indenizações pagas e o faturamento, ficou em 71,3% no segundo trimestre, ante 71,9% no primeiro e 72,2% no segundo trimestre de 2011. De acordo com Godoy a participação mais agressiva da seguradora nas linhas de saúde e residencial, além de aumentar o faturamento, ajudaram a reduzir o índice de sinistralidade. No caso do produto residencial, uma sinistralidade muito baixa mitiga um eventual aumento na sinistralidade de automóveis, diz.

O índice combinado, termômetro para eficiência operacional da seguradora, também melhorou, fechando o segundo trimestre em 85%, ante 85,8% na comparação anual e 85,6% no trimestre imediatamente anterior. Quanto menor este índice, melhor. Maior que 100% indica prejuízo na operação.

A melhora das projeções para operações de seguros no ano foi na contramão do observado nas operações de crédito do banco, que tiveram a estimativa de crescimento rebaixada. A seguradora é vista por analistas como um colchão para a operação do Bradesco, compensando perdas do banco em crédito, por exemplo. As operações de seguros respondem por 30% do lucro do banco.

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