Seguros com minipreços para atrair a superclasse C
Fonte: O Dia
De olho em 40 milhões de consumidores, mercado de seguradoras prepara apólices entre R$ 3 e R$ 25. Microsseguro será vendido em lotéricas, farmácias e salões de beleza
POR Aurélio Gimenez
Rio - A Superintendência de Seguros Privados regulamentou a comercialização de microsseguros destinados à população de baixa renda. A partir de agora, as seguradoras vão poder oferecer mais de 20 categorias de seguros com mensalidades (apólices) entre R$ 3 e R$ 25, conforme o tipo de produto adquirido. Já o valor da indenização também dependerá da categoria e chegará a, no máximo, R$ 60 mil para imóveis com atividade microempreendedora. A cobertura por morte será de R$ 24 mil. Já o reembolso de despesas com funeral, R$ 4 mil.
Moradora do Santa Marta, solteira e mãe de três filhas, Karem Silva Dantas comprou um seguro de vida oferecido pelo corretor Ricardo Pire | Foto: Paulo Alvadia / Agência O Dia
A ação das seguradoras vai atingir mercado consumidor de 40 milhões de pessoas, que passaram a ter recursos para investir em proteção patrimonial e familiar. Os novos produtos estarão no mercado em três meses.
Ao contrário dos seguros convencionais, vendidos em bancos, seguradoras ou corretores independentes, os microsseguros terão uma distribuição massificada.
O microsseguro terá autorização para ser vendido em correspondentes bancários, como lotéricas e Correios, além de farmácias, bancas de jornal, salões de beleza e supermercados. A regulamentação também criou a figura do corretor de microsseguros, que atuará diretamente nas comunidades pacificadas.
“São pessoas da comunidade, que têm a confiança dos moradores”, explica Eugênio Velasques, diretor-executivo do grupo Bradesco Seguros e presidente da comissão de microsseguros da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg).
No final de 2011, a entidade iniciou um projeto-piloto na comunidade Santa Marta, em Botafogo, de venda de seguros populares — ainda não havia a regulamentação — com a participação de corretores locais.
Seguradoras atuam no Dona Marta
Na sexta-feira, a encarregada dos trabalhadores do Plano Inclinado do Morro Dona Marta, em Botafogo, Karem Silva Dantas, 30 anos ,comprou o primeiro seguro de vida. Mãe de três filhas, quis garantir a segurança das crianças em caso de alguma fatalidade.
Após participar do curso de formação de corretores populares, promovido pela CNSeg e Escola Nacional de Seguros, Ricardo Pires, 31 anos, já vendeu 260 apólices em seis meses de atividade na comunidade Santa Marta.
Segundo o corretor, os moradores ainda não têm o hábito de investir em prevenção. “É um trabalho de formiguinha. Aos poucos,mostramos a importância de um seguro”, disse Pires.
Após a morte do tio, o porteiro Edson Barbosa dos Santos, 39 anos, comprou seguro combinado: residencial e funeral. “A minha tia não gastou nenhum centavo com o enterro, sem burocracia nenhuma. Resolvi fazer também”, afirmou.
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