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Título de capitalização entra no guarda-chuva de seguradoras

Fonte Brasil Econômico

Empresas como Porto Seguro, Cardif e Icatu trazem produtos para dentro de casa, em vez de distribuir o de terceiros, de olho no mercado que tem potencial para faturar R$ 15 bilhões neste ano

Flávia Furlan

ffurlan@brasileconomico.com.br

Cada vez mais seguradoras despertam para o potencial da capitalização (títulos que aliam acumulação de dinheiro e sorteios), mercado com potencial de faturar R$ 15 bilhões em 2012, e cresce a taxas acima de 20% ao ano. Elas têm aberto empresas para poder colocar o produto dentro de seu próprio 'guarda-chuva' e não apenas distribuir o de terceiros.

A mais nova competidora do setor é a Porto Seguro, que recebeu ontem autorização da Superintendência de Seguros Privados (Susep) para operar a modalidade em todo o país.

De acordo como diretor de relações com investidores da Porto Seguro, Ricardo Fuzaro, o plano de negócios ainda não está definido e não há nada sendo feito operacionalmente, o que significa que não há prazo para começar a operação.

No entanto, a companhia quis se adiantar quanto à abertura da empresade capitalização, já pedindo autorização para o órgão regulador, o que leva tempo.

"Estamos vendo que esse mercado é muito rentável e que há oportunidade de criar negócios sinérgicos com venda cruzada", afirma.Oque as seguradoras perceberam é que no mesmo canal de distribuição de seguros também é possível vender a capitalização, produto que só existe no Brasil.

Além da Porto Seguro, fontes do setor comentam que a italiana Generali também estuda abrir uma empresa de capitalização, o que até agora vem sendo negado pela companhia.

Ambas as empresas devem competir com seguradoras como a Cardif e a Icatu Seguros, que já entraramno segmento e estão estruturando produtos novos.

A Cardif, seguradora do grupo BNP Paribas, lançou sua empresa de capitalização em 2010, com o produto de incentivo - aquele que é distribuído pelas seguradoras aos clientes junto com as apólices, sem custo para o consumidor, e é chamado de seguro premiado. No ano passado, a empresa atingiu R$ 35,6 milhões de faturamento.

De acordo com Maurício Guazelli, diretor comercial da Cardif Capitalização, para este ano, a empresa deve apresentar crescimento de até 10%, incluindo o lançamento de novos produtos.

"No segundo semestre deste ano vamos lançar a capitalização popular, que é aquela que o cliente compra diretamente no varejo, concorre a prêmios e resgata um valor no final de um período", informa.

O produto será distribuído junto aos varejistas clientes, que já somam 20 redes, entre elas Magazine Luiza e Carrefour.

A capitalização ganhou expressão com o desenvolvimento dos seguros massificados, aqueles de tíquete mais baixo distribuídos pelo varejo, como a garantia estendida.

A Icatu Seguros também expandiu seu portfólio neste ano, com o lançamento de um produto na modalidade de capitalização de incentivo chamado de sorteio instantâneo.

A ideia é que uma empresa que queira realizar uma promoção comercial possa premiar seu cliente na hora. Além do sorteio instantâneo, o cliente continua concorrendo aos demais sorteios da promoção.

"O título de capitalização de incentivo permite que as empresas realizem promoções que envolvem sorteios com maior agilidade e sem passar pela burocracia da Lei do Sorteio, que exige que a companhia que quiser sortear um prêmio faça registro com a Caixa Econômica Federal", afirma Gustavo Germano, diretor de Produtos de Capitalização da Icatu Seguros. O segmento de capitalização da Icatu faturou R$ 767 milhões em 2011 e distribuiu R$ 55 milhões em sorteios.

Grandes bancos

As seguradoras de grandes bancos focam na capitalização tradicional, aquela que tem foco na acumulação de recursos. No entanto, o Itaú está mudando a forma como vende a capitalização para seus clientes. "Falamos em sorte, e não em acumulação de dinheiro, porque a capitalização não é investimento", diz Aline Coropos, diretora de produtos pessoa física do Itaú Seguros. "O produto é bom, mas é preciso direcionar o consumidor da forma correta".

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