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BB & Mapfre tem baixo índice de dependência financeira

Fonte: DCI

SÃO PAULO - O atual desafio das seguradoras brasileiras está em elevar a eficiência operacional para compensar a diminuição da rentabilidade do resultado financeiro, ocasionado pela queda da taxa básica de juros (Selic) - em 12,5% ao ano em agosto de 2011 e expectativa de fechar 2012 em 7,5% a.a. De acordo com dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), a participação do ganho financeiro corresponde a 12,7% dos prêmios na média de mercado. No caso do grupo Banco do Brasil & Mapfre, o percentual está em 5,8%. "Hoje temos menos dependência dos resultados financeiros gerados do negócio", detalhou Carlos Alberto Landim, diretor-geral de Planejamento e Controladoria do grupo.

Landim destaca, inclusive, que o grupo está preparado para o novo cenário de queda da Selic há algum tempo. "Todo o mercado sabia dessa mudança de cenário." O diretor acrescenta ainda que a tendência é de diminuição da participação do resultado financeiro no total de prêmios. "No segundo semestre, com a curva de taxa de juros, a dependência será menor, porque a estrutura de capital está dada. Mas isso vai acontecer em todo o mercado."

Apesar da queda da rentabilidade em renda fixa, com a queda da Selic, a BB & Mapfre permanece com perfil conservador e não arriscará na aplicação dos ativos. Ao ser questionado sobre a possibilidade de investimentos em renda variável, ou seja, ações na bolsa de valores, Landim foi enfático ao dizer que continuará baixo. "A participação em bolsa sempre foi pequena. As seguradoras já assumem muito risco e não dá para assumir risco no ativo."

Após um ano da junção societária entre BB & Mapfre, o novo grupo somou R$ 5,292 bilhões em prêmios emitidos, o que corresponde a uma alta de 15% contra o primeiro semestre de 2011. No período, o lucro antes de impostos somou R$ 648 milhões, acréscimo de 29%, e o lucro líquido evoluiu 14%, para o total de R$ 400 milhões.

O patrimônio líquido de janeiro a junho deste ano obteve crescimento de 10,5%, para R$ 4,984 bilhões, com R$ 16,830 bilhões em ativos.

Ao considerar somente os produtos de risco, que incluem apólices para automóveis, residencial, vida, agronegócios e massificados, o mercado segurador no Brasil evoluiu 12,1%, para R$ 33,298 bilhões. O avanço da BB & Mapfre, destacado pelos executivos da seguradora, foi superior, 15,6%, para R$ 5,291 bilhões. A participação de mercado ficou em 15,9% na comparação com 15,6% até dezembro de 2011. Sobre o índice de sinistralidade geral - indicador do percentual de prêmios utilizados em pagamento de indenizações - o grupo segurador ficou com 53,5% ante média de 54,3% do mercado.

O destaque no primeiro semestre ficou por conta do segmento de pessoas, com os seguros de vida. "Influenciou bastante o resultado do grupo", disse o diretor de Planejamento e Controladoria do grupo. A soma de prêmios mais contribuição chegou a R$ 2,033 bilhões, alta de 24,7%, enquanto o mercado evoluiu 13,7%, para R$ 10,571 bilhões em prêmios. Landim destacou que a liderança da BB & Mapfre ocorre com 19,2% de market share.

Já a área de danos - riscos financeiros, residencial, industrial, rural etc. - cresceu 19,43% para R$ 1,337 bilhão, contra 11% registrados pelo mercado.

Ao contrário de todo o desempenho acima da média das outras seguradoras, o ramo de proteção de veículos expandiu 5,13%, para R$ 1,921 bilhão. Já a média geral foi de 11,70%, com o total de R$ 13,456 bilhões em prêmios.

Segundo Marcos Ferreira, presidente do grupo nas áreas de auto, seguros gerais e affinities, o impacto de menor expansão ocorreu devido ao esforço de migração de 1,1 milhão de apólices para outro sistema tecnológico. "O ambiente da Aliança do Brasil estava aqui, na Mapfre. Mas a Brasil Veículos tinha o back-office no sócio antigo, a SulAmérica. Então, nós trabalhamos forte na migração para que os clientes fossem atendidos e não tivéssemos perdas de carteira."

Para os próximos meses de 2012, Ferreira revela a perspectiva de manter o crescimento geral acima da média do mercado. "Expectativa de que continue acima do mercado e em automóvel deve retomar posição e crescer junto", afirmou Ferreira.


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