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Microsseguros não podem depender apenas de tecnologia


Fonte: Executivos Financeiros

Modalidade voltada para baixa renda precisa de pessoas na primeira instância

Com valores bem menores e voltados para pessoas de baixa renda, os microsseguros se mostram um desafio para corretoras e bancos. Por mais que o tipo de produto exija corte de custos, a tecnologia não pode substituir os corretores. “Não acho que o microsseguro possa ser vendido apenas via SMS. A população de baixa renda pode não comprar”, diz Michael Mackord, diretor-presidente da organização internacional Microinsurance Center.

Mackord comenta que as vendas por meio de mecanismos ativos - ou seja por meio de oferecimento direto - se mostraram muito mais efetivas do que os passivos - por meio de mensagens via celular ou email.  “Ele [o microsseguro] é bem parecido com os produtos de seguro em massa, tem uma venda parecida”, diz Mackord.

Depois de discussões que duraram quase 5 anos, a  modalidade foi regulamentada no começo deste mês pela Superintendência de Seguros Privados (Susep). Para o CEO da organização que promove a instalação de microsseguros pelo mundo, as comunidades de baixa renda precisam entender do que se trata o produto. Dessa forma, a venda de um microsseguro desta modalidade leva mais tempo para se concretizar. “No seguro tradicional, as pessoas conseguem vender mais rápido, já que não precisam explicar muito”, compara Mackord.

Pelas regras da Susesp, pessoas poderão contrair este tipo de seguro por meio de correspondentes bancários, ou seja, lotéricas ou supermercados. Para Mackord, a venda efetiva do microsseguro é feita exatamente por pessoas que não são só corretoras. “Na África do Sul, é possível contrair um microsseguro nos supermercados. E isso tem feito bastante sucesso”, comenta Mackord.

O especialista analisa que o mais importante para o sucesso desta modalidade está na simplicidade com que é oferecido. “O microsseguro precisa ser acessível”, diz Mackord. Isso quer dizer que, além de bem explicado, ele deve estar presente em lugares que o público-alvo vá, como os correspondentes bancários das comunidades específicas. O SMS, finaliza ele, pode ser usado como sistema de cobrança ou de atualização de apólice, mas não de venda inicial do produto.  

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