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Seguradoras apostam no piloto automático

Fonte Valor Econômico

Por De São Paulo

Mesmo com o fim do "almoço grátis" dos juros baixos, como disse a presidente Dilma Rousseff, muitos investidores não se animam a alterar a composição de seus planos de previdência. Não entendem - e nem querem entender - o vaivém do mercado financeiro e penam para discernir o melhor momento para optar por fundos de renda fixa com crédito privado ou com títulos públicos atrelados à inflação - ou ainda por carteiras com renda variável. Para essas pessoas, algumas seguradoras oferecem uma espécie de menu sequencial. No início do banquete, uma maior parte dos recursos é investida em renda variável e em ativos com maior potencial de retorno. À medida que a data de resgaste começa a se aproximar, as pimentas e temperos deixam o menu. E tudo isso sem o cliente ter de acionar o 'chef'.

"Esse produto é como se as pessoas colocassem no piloto automático. Elas estabelecem uma data para a realização de seu projeto, que pode ser a aposentadoria ou qualquer outro objetivo, e nós administramos a carteira. Ao longo desse período, vamos reduzindo a volatilidade", explica Altair César de Jesus, superintendente de investimentos da Brasilprev. Na companhia de previdência do Banco do Brasil, o produto foi criado em 2007 e se chama Ciclo de Vida. Há planos com resgates programados para 2020, 2030 e 2040. É a aposta do executivo para captar novos clientes. Da parcela de investidores que optou por PGBLs ou VGBLs com renda variável entre janeiro e maio deste ano, 80% contrataram o menu sequencial. O restante optou por um dos fundos que o BB chama de Especialista. Nesse tipo, o participante decide, na contratação, o perfil dos investimentos do seu plano a ser mantido até o dia do resgate ou até ele decidir, voluntariamente, por alguma alteração.

Na Icatu, os planos de previdência com data para resgate são também uma aposta nesse novo cenário de juros baixos. "Sempre estivemos pensando quando esse dia ia chegar. E chegou", diz Sergio Prates Nogueira, superintendente comercial da seguradora, que oferece o produto com piloto automático desde 2005. Hoje, a categoria inclui três linhas, com resgates em 2020, 2030 e 2040, exatamente como a Brasilprev. As carteiras tornam-se mais conservadoras todo mês de janeiro. O fundo que se encerra em 2040, por exemplo, tem hoje cerca de 45% alocados em ações, 45% em títulos indexados à inflação e o restante ao CDI. Próximo ao ano do resgate deverá ter apenas os títulos mais conservadores. "Ou quem sabe quando chegar lá o mercado esteja mais maduro e aceite mais risco", diz. (LS e KS)

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