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Área externa da Cesce vem para o Brasil

Fonte Valor Econômico

Por Thais Folego | De São Paulo


                        Ibanez e Asenjo, da Cesce: pequenas e médias empresas serão alvo no país

O governo da Espanha decidiu privatizar a seguradora de crédito e garantia Cesce, que criou em 1970 com diversos bancos espanhóis, entre eles o Santander e o BBVA. E isso terá impacto na operação brasileira da seguradora, que acaba de se tornar o centro de negócios da companhia para a América Latina.

Além do corte de gastos público que a Espanha está promovendo, a privatização foi ainda motivada pelo fato da Cesce ser uma empresa pública, mas que tem que competir com o setor privado num mercado cada vez mais competitivo, afirma Luis Ibanez, diretor de operações global da Cesce.

Hoje a companhia é controlada pelo governo da Espanha, que detém 51,78% do capital, tendo como sócios a resseguradora Munchener Rück (19,5%) e os bancos BBVA (14,36%) e Santander (14,36%). "A partir de 2013 iniciamos uma nova etapa de desenvolvimento."

Com isso, a diretoria internacional, que cuida das operações fora da Europa e ficava baseada na Espanha, está sendo transferida para o Brasil. Isso porque todas as operações externas estão na América Latina: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru, Uruguai e Venezuela. Na Europa, a seguradora atua na França e em Portugal, além da Espanha. "Era uma diretoria internacional que não estava integrada com ao negócio", diz Ibanez. O português Manuel Alves, que comanda a diretoria, se mudou há poucos meses para o Brasil para estruturar a unidade aqui.

Ibanez avalia que o seguro de crédito é pouco desenvolvido na América Latina, com exceção do Chile. A operação no Brasil responde por 50% do faturamento da companhia na América Latina e 17% da receita da operação global. De janeiro a setembro, o faturamento no Brasil foi de R$ 72,2 milhões, segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep).

Para crescer no país, a companhia investe no atendimento a pequenas e médias empresas. Nos dois últimos anos, a seguradora abriu oito escritórios nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste, conta Enrique Asenjo, presidente da Cesce Brasil. "Na Espanha, 20% da nossa receita vem de empresas de menor porte", diz Ibanez.

A empresa também está trazendo ao país o sistema de gestão que usa na Espanha e já adotou no México. Alves explica que é uma base tecnológica que integra ferramentas de prospecção de clientes, ferramentas de gestão e sistemas de risco. Com ela, a companhia vai aprimorar a cotação do seguro, que vai variar de acordo com o risco do cliente, além da frequência com que ele tem eventos de pagamento de sinistro. "Apostamos numa solução global, em que o seguro entra como instrumento de transferência de risco, além de fornecer ferramentas para o cliente fazer uma boa gestão de cobranças", diz Manuel.

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