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Contratação de seguros ganha força


Fonte: Tribuna do Norte

João Veríssimo Júnior é um empresário prevenido. Para se ver livre de preocupações, tratou logo de fazer dois seguros. Um para a empresa. E outro para a frota de veículos. A decisão foi tomada há 20 anos, mas ajuda a explicar os números de hoje. Dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep) divulgados recentemente mostram que o faturamento do mercado de seguros, capitalização e previdência complementar aberta  cresceu 21% entre janeiro e setembro no país, atingindo R$ 111,8 bilhões, mesmo com a desaceleração da economia. A alta foi puxada principalmente pelos seguros de vida e previdência, que registraram alta de 27,4% no período.  No Rio Grande do Norte,  o valor desembolsado pelos segurados também subiu - mostrando que o mercado está aquecido e que cada vez mais pessoas tem contratado o serviço. O avanço no estado foi de 9,7%. 

A taxa de crescimento ostentada pelo RN - a terceira menor do Nordeste - pode parecer pequena se comparada a nacional, mas não é. Na última década, o valor desembolsado pelos segurados potiguares subiu 431,8%. O crescimento, segundo Alderir Alves de Moura, corretor de seguros e presidente do Sindicato dos Corretores e Corretoras de seguros do RN, é explicado pelo aumento no número de segurados no estado e no preço das apólices. 

A série histórica mostra, segundo Neival Freitas, diretor da Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg), que este movimento não é de hoje. "O setor cresce desde 1995, com o controle da inflação e a estabilidade da economia", afirma. O aumento da violência também ajuda a explicar a procura por determinados seguros, segundo Volney Alves de Andrade, corretor de seguros há 28 anos e dono da corretora Volney Corretora de Seguros no estado. O número de veículos roubados subiu 72,65% só entre  janeiro e agosto de 2012, em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da Deprov. O segmento responde por mais da metade dos seguros de bens contratados no país, segundo a Fenseg. Embora seja comumente associado ao segmento de veículos, o mercado de seguros é muito mais amplo. Engloba desde saúde até educação. O valor desembolsado pelas seguradoras para repor o bem roubado ou danificado do cliente também tem subido. No RN, o valor subiu 7,6% nos primeiros nove meses do ano, passando de R$ 107 milhões para R$ 116 milhões. 

O número de queixas registradas contra as seguradoras também tem aumentado. De acordo com dados da Secretaria Nacional do Consumidor, o número de atendimentos registrados pelo Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor subiu 21,6% em três anos. No Rio Grande do Norte, o número de queixas registradas entre janeiro e outubro já ultrapassa o registrado em 2011. A alta não é preocupante, segundo Araken Farias, coordenador do Procon RN. Com a popularização da 'garantia estendida', uma espécie de apólice de seguro oferecida geralmente nas lojas de eletrodomésticos e eletrônicos, o número tente a subir ainda mais.

Seguradoras apostam em expansão

O crescimento do setor de seguros no Brasil tem despertado a atenção de várias empresas. A Zurich Brasil Seguros é uma delas. A seguradora abriu oito unidades no Norte e Nordeste em menos de dois anos e planeja mais duas inaugurações em 2013. Já são 34 filiais e 30 Zurich Atendimento ao Corretor (ZACs) espalhados pelo país. A meta é expandir ainda mais a rede, segundo Eduardo Fazio, diretor Comercial Regional Norte e Nordeste da Zurich especializado em seguros gerais (todos que envolvem bens). 
Animada com os números apresentados pela Superintendência de Seguros Privados até o momento, a empresa, braço brasileiro do Zurich Insurance Group, com atuação na Europa, América, Ásia e Médio Oriente, aposta em mais crescimento para o final do ano. "O mercado está crescendo a 20%. No ano passado, cresceu a 17%. Tudo indica que fecharemos o ano de 2012 com um crescimento maior que o verificado no ano passado em termos de faturamento. O mercando vem crescendo ano a ano", afirma Eduardo Fazio. Enquanto a procura por seguros de automóveis cresceu 14,5% no país, na Zurich subiu 80% no mesmo período, segundo o executivo.

Outro grupo que comemora o bom momento vivido pelo setor é o Bradesco Seguros, que registrou faturamento de R$ 31,1 bilhões de janeiro a setembro de 2012, nos segmentos de seguros, capitalização e previdência complementar aberta. O valor é  17,3% maior que o registrado no mesmo período do ano passado e reflete, segundo o grupo, a estratégia em atuar em todos os municípios do país com empresas especialistas. O Bradesco Seguros conta com mais de 40 mil corretores ativos.

O Banco do Brasil também se mostra satisfeito com os números. "Com o aumento do padrão de vida, facilitação das condições de financiamento e consequente aumento do consumo, as pessoas tem adquirido mais bens, como veículos, e imóveis. A consequência do aumento de consumo é a necessidade e possibilidade de proteção desses bens. No caso de seguros de vida, verificamos um crescimento de cerca de 40% neste segundo semestre. Para veículos, o aumento de nossa carteira foi de cerca de 75%", informou o banco. 

Consumidor deve ter cuidado para evitar dor de cabeça

Alguns cuidados podem fazer toda a diferença na hora de se adquirir uma apólice de seguro. Segundo Solon Barreto, diretor comercial regional Norte e Nordeste da Zurich Brasil Seguros especializado em seguros de vida  e previdência, é fundamental escolher um corretor de seguros habilitado e  autorizado  pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) a exercer a função. "É ele quem orientará o cliente na escolha da seguradora, depois de avaliar a sua real necessidade", justifica.     

O corretor é responsável por vender e intermediar os contratos de seguro, sendo também o representante do segurado perante a seguradora. É papel dele, segundo artigo publicado no site Engenharia de Seguros, assessorar e aconselhar o segurado sobre a melhor escolha das coberturas (seguros). Contratar um corretor sem a autorização da Susep é como consultar-se com um médico sem registro profissional ou entregar uma causa nas mãos de um advogado que não passou no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), compara Volney Alves de Andrade, corretor de seguros há 28 anos. "O risco é grande", resume.

Marcelo (cuja identidade será preservada) que o diga. Ele adquiriu uma apólice de seguro quando financiou o veículo e vinha mantendo uma relação boa com a sua seguradora. O pneu furava, o carro enguiçava, o motor batia, e a seguradora sempre estava lá, disposta a resolver todos os seus problemas. Mas tudo mudou quando ele se envolveu num acidente grave e o carro ficou irreconhecível. Marcelo perdeu as contas de quantas vezes ligou para a seguradora para saber quando receberia o dinheiro do seguro. "Eles ficam enrolando", reclama. Marcelo tenta há três meses receber o cheque da indenização, sem sucesso. "Eles não atendem minhas ligações nem respondem meus emails".

O publicitário Jenner Tinoco adquiriu a primeira apólice de seguro há quase 20 anos, mas nunca passou por uma situação dessas. "Só contrato serviços de quem conheço ou de quem tenho boas referências", esclarece. Os veículos e imóveis do publicitário são todos cobertos por seguros.  "Quem faz, quer proteger o seu patrimônio", justifica.

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