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Reajuste de preços será inevitável em 2013

Fonte; DCI

O setor de seguros soma R$ 92,232 bilhões em prêmios diretos até setembro de 2012, o que representa um crescimento de 21,5% contra o mesmo período do ano anterior, segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep). No entanto, o cenário tende a ficar ainda mais complicado no próximo ano, principalmente para as seguradoras independentes, o que ocasionará um aumento nos preços das apólices em diversos setores, desde a proteção do veículo contra roubos até de grandes obras.

O principal motivo permanece com a redução do ganho financeiro com aplicações em títulos de renda fixa, ocasionado pela redução para 7,25% ao ano da taxa básica de juros (Selic). Mas a competição acirrada com os bancos pode prejudicar alguns segmentos. A subsidiária brasileira da norte-americana Chubb Seguros investe em tecnologia e contratação de funcionários para driblar esse cenário.

Acacio Queiroz, presidente da Chubb Seguros, acredita que somente com inovação e desenvolvimento de produtos será possível enfrentar o aumento da concorrência e manter a rentabilidade. "O mercado segurador vai ter um grande desafio de melhorar a performance interna e vai ter que reajustar os preços".

O executivo conta que o seguro de veículos é o mais complicado por conta da forte competição e da proibição, pela Susep, da cobrança do custo da emissão da apólice a partir de janeiro de 2013. "Investimos R$ 10 milhões em um ano e meio para o desenvolvimento do modelo big data".

O modelo, detalha Queiroz, consiste em um "mosaico" de informações do cliente, no qual além de dados do perfil, como faixa etária e renda, são analisados os costumes de cada pessoa e risco moral - presença do CPF na lista de devedores do SPC e Serasa. "O preço do seguro de um carro parado na garagem é o mesmo de um carro que roda diariamente. É justo isso? Não. Então acompanhamos [com chip] para saber o comportamento, aceitar ou não o segurado e realizar o preço".

A inovação é inédita no Brasil, mas existe há cerca de cinco anos nos Estados Unidos. A economia para o cliente pode chegar a 20% do valor da apólice. Já para a Chubb Seguros o benefício obtido vem na redução de sinistros e custos. "Fizemos um teste interno e 70% dos pedidos foram reprovados. Isso ocorreu porque os funcionários da Chubb são muito jovens", revelou Queiroz.

A carteira de cobertura de automóveis da seguradora possui 110 mil veículos classificados na categoria alta renda.

De acordo com o presidente, as seguradoras agora não podem depender dos ganhos obtidos com a aplicação de recursos financeiros. "Temos que ter lucro na operação de seguro, porque só aplicamos em papéis do governo no curto prazo".

Na Chubb Seguros, em 2011 80% dos ganhos eram originados no ramo financeiro e 20% no operacional. Hoje a proporção está 60% e 40% e em 2013 ficará 50% e 50%, respectivamente, revelou Queiroz ao DCI. "Hoje o resultado financeiro é 40% menor".

Até setembro, a Chubb Seguros obteve R$ 673,691 milhões em prêmios diretos. A expectativa para o final do ano está em manutenção dos prêmios, mas expansão do lucro líquido, que somente no primeiro semestre evoluiu 70%, para R$ 28 milhões, com R$ 382,1 milhões em patrimônio líquido e R$ 1,1 bilhão em ativos totais. "Somos a maior operação [The Chubb Corporation] na América Latina, a terceira maior fora dos Estados Unidos, perdendo apenas para Reino Unido e Canadá e representamos 5% do faturamento global da companhia", disse Queiroz.

Concorrência

Na divulgação do balanço referente ao terceiro trimestre de 2012, o Banco do Brasil revelou que um dos pontos da diversificação das receitas está na área de seguridade. Ao ser questionado pelo DCI sobre o impacto da forte concorrência das instituições bancárias, o presidente da Chubb disse que o mercado sentirá e muito, principalmente as seguradoras ligadas ao segmento de massificados.

A Chubb, no entanto, sentirá 50% a menos, pois suas operações estão ligadas ao segmento de alta renda, apontou o presidente. "É um segmento diferenciado e não compete, inclusive temos parcerias com os bancos."

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