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SulAmérica sai de grandes riscos e melhora resultado


Fonte: Valor Econômico

Por Thais Folego e Carolina Oms | De São Paulo

Larragoiti e Menezes, da SulAmérica: foco em carteiras com rentabilidade

A SulAmérica está se posicionando como uma seguradora de varejo e de pequenos e médios seguros corporativos e saindo dos grandes riscos. Para isso, aumentou sua presença física pelo país e investiu pesado em sistemas. Essa estratégia mostra bons frutos no resultado do terceiro trimestre, divulgado ontem.

"Não queremos atuar com grandes obras, que exigem expertise e grandes contratos de resseguro, mas sim com pequenos e médios negócios", explica Thomaz Menezes, presidente-executivo da SulAmérica. "Não queremos o seguro da obra do Maracanã, mas sim dos negócios que estão em volta."

Segundo o executivo, a segurado tem hoje uma carteira de ramos elementares (seguros de bens, financeiros e de responsabilidade) de R$ 400 milhões, excluindo a carteira de seguro de automóvel. Essa carteira mostrou uma queda de 17,5 pontos percentuais do índice de sinistralidade (relação entre a receita e o pagamento de indenizações), que caiu de 53,7% no terceiro trimestre de 2011 para 36,2% no mesmo período deste ano.

"Fizemos uma limpeza nessa carteira, principalmente de seguros de incêndio e transportes, eliminando contas que não traziam rentabilidade para a seguradora e estamos focando em seguros massificados [de baixo valor, mas com escala], cujo retorno é melhor", diz. Um corretor de seguros corporativos confirma que, de fato, a seguradora não está fazendo cotação de grandes riscos e está mais seletiva na renovação de seguros.

Um fato que talvez tenha contribuído para esse posicionamento são duas apólices de valor alto que estão dando dor de cabeça. Uma é a da hidrelétrica de Jirau e a outra é a de um terminal portuário da CSN, ambas com litígio na Justiça para resolver os valores de indenizações.

Além de parcerias com bancos e varejistas para distribuir seguros, a companhia conta com uma rede de 33 mil corretores e abriu 54 novas filiais nos últimos cinco anos.

Há a expectativa também sobre a saída do ING do capital da seguradora, sócio este classificado como "estratégico" por Patrick Larragoiti, presidente do conselho de administração da companhia e membro da família que controla a SulAmérica. No acordo que fechou para receber ajuda financeira do governo da Holanda em 2009, o ING se comprometeu a vender suas operações de seguros e gestão de investimentos até 2013. O grupo tem 36% do capital da seguradora. Larragoiti é categórico ao dizer, porém, que a decisão do ING sobre sua participação na seguradora tem "zero implicação" para os negócios no Brasil.

Após resultados decepcionantes nos últimos trimestres, a SulAmérica apresentou lucro líquido de R$ 106,7 milhões no terceiro trimestre, 8,9% superior ao do mesmo período do ano passado. As receitas com prêmio de seguros cresceram 14,2%, para R$ 2,8 bilhões.

"Foi um trimestre forte em receita, liderado pela carteira de saúde, com tendência de sinistralidade em baixa de forma geral e bom resultado financeiro dentro da política de investimentos da companhia", disse Menezes. O índice de sinistralidade da seguradora caiu 0,2 ponto percentual no trimestre, para 76%. "Isso é resultado da nossa estratégia de contenção da sinistralidade com uma melhor análise dos riscos", diz.

O faturamento da carteira de seguro saúde cresceu 18,4%, com destaque para o segmento de pequenas e médias empresas, que cresceu 31,7% no trimestre.

O índice combinado da seguradora - que mede a eficiência operacional e, quanto menor, melhor - ficou em 99,1% no trimestre, 2 pontos percentuais menor que no terceiro trimestre de 2011. Abaixo de 100% mostra que a seguradora teve ganho na operação.

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