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Seguradoras querem ocupar redes sociais

Fonte: Valor Econômico


Utilizar as mídias sociais para conscientizar a população sobre a necessidade de poupar para o futuro é uma das prioridades de muitas seguradoras em 2013. Até agora, poucas empresas ousaram atuar de forma interativa. Ao colocar as palavras previdência privada no Youtube, a busca no Google traz mais de 507 mil vídeos. Mas quando se procura por empresas de previdência no Facebook, onde o Brasil é considerado em termos de usuários o terceiro país do mundo, pouco se encontra.

Apesar de ser tão atraente comunicar-se com tantas pessoas de uma só vez, chegando a famílias que nunca tiveram acesso a informações do setor, há ainda um grande temor por parte das companhias, que caminham num ritmo lento até agora nesse tema. A própria Federação das Empresas de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi) lançou seu portal recentemente, no início de dezembro.

Osvaldo Nascimento, diretor de previdência do Itaú Unibanco e que será o novo presidente da Fenaprevi a partir do próximo ano, afirma que a prioridade em mídias sociais é mostrar que o futuro começa hoje e é preciso se preparar para poupar desde já. "É preciso planejar e ter vários ativos. O plano de previdência é um deles. E um bom ativo no longo prazo diante dos diferimentos fiscais oferecidos no produto", afirma.

Na Brasilprev, o tema educação financeira dará o tom das ações no próximo ano, "Queremos mostrar às pessoas o ganho financeiro que um plano de previdência gera para aqueles que fazem a declaração completa do Imposto de Renda", diz Ricardo Flores, presidente da Brasilprev, ressaltando a importância das mídias sociais, principalmente para a classe C. Segundo pesquisa na base de dados do grupo, clientes com renda inferior a R$ 4 mil ou com reserva abaixo de R$ 10 mil representam 23% dos planos da companhia, que em número significa 409 mil planos. O valor médio de contribuição mensal fica em R$ 109 na classe C contra R$ 355 na média geral.

Diante do avanço da classe C e da necessidade de ampliar a base de clientes, o setor vem superando o temor de se expor e começa a colher os frutos de se comunicar de forma interativa. Boa parte das seguradora busca mostrar que a vida é feita de ciclos e que cada um deles tem um risco que precisa ser mitigado. Quando se é jovem não se pensa em riscos, a não ser em fazer um seguro do carro novo para se algo acontecer ter dinheiro para comprar outro. Já quando se tem filhos, a preocupação passa a ser com o bem estar das pessoas e o amanhã é algo latente, criando demanda por seguro de vida e previdência.

Pesquisas realizadas pelas seguradoras revelam que as pessoas já sabem que tudo tem um preço. Só não sabem que isso pode realmente se transformar em realidade. Basta acreditar no sonho e, obviamente, ter um planejamento financeiro. O principal objetivo dessas pesquisas é criar campanhas que conscientizem as pessoas que economizar um pouquinho todo mês pode realmente gerar uma poupança para transformar sonhos em realidade. Seja qual for o sonho, ele pode ser calculado nos aplicativos sobre previdência privada das instituições financeiras.

Algumas seguradoras enfrentaram o temor inicial de se expor na rede e criaram projetos interessantes. A Icatu Seguros fez várias ações. Uma bem humorada e que atraiu um público imenso para a página do Facebook foi a calculadora Rumo aos 100 (www.rumoaos100.com.br). "O objetivo é ajudar o público a descobrir sua expectativa de vida e, assim, poder repensar o seu futuro", afirma Aura Rebelo, diretora de marketing do grupo.

A primeira amostra da calculadora é referente ao período de abril a outubro de 2012 com a participação de 30 mil pessoas, sendo 60% homens e 40% mulheres com uma média de idade de 42 anos. O resultado mostra que algumas variáveis como estado civil, nível de estresse e fumo afetam o calculo da expectativa de vida das pessoas. Os casados tiveram estimativa de 86 anos, enquanto que solteiros e divorciados 79 anos. Quem se estressa pouco pode alcançar 84 anos e os muito estressados podem viver três anos a menos. Já para os fumantes a expectativa de vida não passa de 77 anos. "De uma forma singela a pessoa passa a perceber que o futuro depende das atitudes que tomar no presente", comenta a executiva da Icatu.

Outra ação da Icatu nas mídias sociais foi "Como será o futuro do seu jeito? A pergunta atraiu mais de 10,2 mil pessoas à página da seguradora no Facebook. A ação trouxe informações interessantes para a Icatu poder abordar os consumidores com produtos e apelos de marketing mais diretos. Nessa campanha, por exemplo, mais de 40% dos participantes da pesquisa quer casar, seguido por 31% que priorizam filhos. Ter muito dinheiro e viajar estão entre os principais desejos também. "Nossa meta é criar a proximidade de uma forma mais adequada", diz Aura.

A SulAmérica partiu para a educação financeira e criou um portal Previdência Sem Blá Blá Blá. A ideia foi tornar a informação acessível, numa linguagem simples que solucionasse as dúvidas dos internautas em como declarar as contribuições de previdência no Imposto de Renda. Deu certo. "A cada mês temos um volume maior de acessos", afirma Carolina de Molla, diretora da SulAmérica.

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